Se existe país que conhecer se torna um verdadeiro prazer é, com certeza, Myanmar ou Birmânia como lhe queiramos chamar. Gente simpática e acolhedora, boa comida e principalmente muito divertimento à nossa espera.
Capital Naipidau, moeda Kyat e uma população a chegar aos 60 milhões de habitantes, Myanmar é sem dúvida um destino para descobrir (enquanto não se torna num destino de massas).
Existem vários pontos de entrada em Myanmar. Os mais utilizados são, por via aérea Rangun (Yangon) e Mandalay e por via terrestre, para quem chega vindo da Tailândia, à fronteira Mae sot com Myawaddy.
Aqui fica o relato da minha viagem por este incrível País!
Eu, optei por entrar por Rangun, e fazer uma espécie de “9” nesta viagem ao coração e alma da antiga Birmânia. Após decidir o que visitar e voos de entrada e saída comprados, tratei do visto online, preço 50€, e lá fui eu de mochila híbrida, pois carregá-la muito tempo às costas não é para a minha pessoa.
- RANGUN (YANGON)
- GOLDEN ROCK
- MANDALAY
- BARCO MANDALAY – BAGAN
- BAGAN
- MONTE POPA
- MULHERES TATUADAS “CHIN LADIES”
- MONTE VICTORIA
- BAGAN – INLE LAKE
- INLE LAKE (Lago Inle)
- Informações adicionais
RANGUN (YANGON)
Aterrei no aeroporto Internacional de Yangon proveniente da Tailândia era já noite cerrada. Após regatear o preço do transfere do aeroporto para o centro, preço este que no máximo (por carro) não deve ultrapassar os 13.000 Kyat, lá fui eu em direção ao hotel. Fiquei alojado na zona de Chinatown, perto da muito procurada rua 19th (Street Food) pelas suas iguarias e bebidas exóticas 😊.
Decidi gastar dois dias do meu “precioso” tempo nesta incrível cidade.
Pela manhã do primeiro dia, já de chinelo no dedo, era hora de começar a palmilhar Rangun.
O primeiro templo que visitei foi o Shwedagon, e claro está, se a máxima na Ásia é andar descalço nos templos, aqui a história é outra … ainda estamos a centenas de metros dos templos …. já temos de estar descalços…. nunca tinha andado tanto tempo descalço como andei por Myanmar.
Grande parte dos templos não aceita que entremos de calções, temos de alugar a Longyi (saia masculina) ou, nalguns casos, emprestam com depósito (que no final devolvem). O Shwedagon é um dos templos principais e um dos mais importantes por estas bandas, ornamentado a ouro e pedras preciosas e cercado por uma floresta de dezenas de pequenos pagodes, onde assistimos ao ritual de centenas de pessoas a despejar água na cabeça do Buda, trás sorte …. Vale a pena tentar!
Seguiu-se visita ao Templo Chauk-Htat-Gyi Buddha (entrada grátis), onde o Buda ainda permanece deitado.
Fiz uma incursão ao lago Kandawgyi e subi na torre Utopia, um amontoado de pedras artificias, que alberga no seu interior um Karaoke, uma sala de massagens e, no último piso, proporciona uma vista panorâmica do lago
Terminei a noite numa avivada jantarada na zona da Rua 19 com um grupo de turistas japoneses.
Reservei a manhã do segundo dia para andar de comboio e assim ter uma visão diferente das gentes e como se vive por estas bandas. Utilizei o comboio circular “Circle Line”, o mesmo pode ser apanhado em qualquer estação e demora cerca de 3 horas a dar uma volta completa.
Pela tarde, seguiu-se o Pagode Sule, talvez o mais importante templo de Rangun, bem no coração da cidade, visitado por celebridades como Obama. Afirmam que neste pagode existem cabelos do Buda enterrados.
Por último, já em plena zona ribeirinha, visitei o templo Botahtaung, desta vez tinha como principal atração um cabelo de Buda exposto no interior do templo.
GOLDEN ROCK
Era tempo de mudar de ares e ir conhecer uma das principais atrações Birmanesas.
São cerca de 200 Km e 4 horas de percurso, que separam Rangun do templo Kyaiktiyo, onde fica a conhecida Golden Rock. A maneira mais simples para ir visitar o local é contratar um transfere. Existe ainda a possibilidade de ir de comboio, mas implica ter de realizar parte do percurso de táxi, muitas horas perdidas e no final o custo é quase o mesmo. Eu optei por negociar um transfere na zona da estação central (Rangun). Após muito regatear com muitos dos motoristas que se encontravam no local, lá cheguei a um entendimento com um deles, 60$ Dólares ida e volta, num carro confortável e com ar condicionado. Cheguei a falar no hotel, mas o preço que queriam rondava os 100$. Inclua no preço uma paragem em KyaiKto, para visitar o Buda gigante (Three Pagodas Mount).
Para quem esteja a pensar como eu seguir viagem de comboio para Mandalay, pode sempre optar por não regressar a Rangun, combinar com o motorista e ficar em Bago (Pegu), onde na manhã seguinte facilmente pode apanhar o comboio para Mandalay.
Chegado a Kin Pun Sakhan, sopé da montanha da Golden Rock, tinha de começar a pensar na subida. Lá arranjei lugar num dos muitos camiões de caixa aberta, onde cabem cerca de 60 pessoas e que por 2.000 Kyat leva-nos ao topo da montanha. Foi uma verdadeira aventura de curvas e contra-curvas. Existe também a possibilidade de subir de teleférico, mais dispendioso e mais demorado, uma vez que o mesmo não sai de Kin Pun Sakhan.
Chegado ao topo, desmontado da “carroça”, tive ainda de percorrer mais umas centenas de metros até chegar ao templo. Todos os estrangeiros têm de pagar uma taxa no valor de 10.000 Kyat para aceder ao mesmo. Mais uma vez para entrar no templo tive de me descalçar e não pude entrar de calções. Se não levar calças vai ter de desembolsar 1.000 Kyat (depósito) pelo empréstimo do Longyi. No final ao devolver o Longyi não se esqueça de solicitar o deposito, pois eles esquecem-se.
Local de peregrinação, a atração principal deste magnifico Templo é a Golden Rock, dizem as lendas que a pedra está presa por um fio de cabelo do próprio Buda. Somente as pessoas do sexo masculino estão autorizadas a tocar-lhe e podem colocar mais umas folhas de ouro na mesma.
Conclusão: Buda deixou muitos fios do seu cabelo nesta parte do globo terrestre 😊
Visita feita, era tempo de regressar ao sopé da montanha e pagar mais 2.000 kyat para poder entrar novamente na “carroça”.
Eu optei por pernoitar em Bago e seguir de comboio para Mandalay no dia seguinte.
São cerca de 14 horas de comboio. Sai às 7h40 e chega a Mandalay perto das 22h. Somente podemos comprar o bilhete no dia da viagem, o que implica ter de ir para a estação cerca de 30 minutos antes. Existem duas classes no comboio, uma superior no valor de 8.150 Kyat e a normal no valor de 4.150 Kyat. Escusado será dizer qual comprei.
MANDALAY
Reserve três dias para visitar esta magnífica cidade. Eu somente estive aqui dois dias e acabei por arrepender-me.
Para não ter de apanhar nenhum transfere, nem ter de carregar muito tempo a mochila, optei por ficar alojado nas imediações da estação, o que se veio a confirmar ser uma excelente opção.
Reservei o primeiro dia para andar de bicicleta e visitar a zona norte da cidade. Comecei pelo Palácio Real onde paguei 10.000 Kyat e recebi um cartão que nos permite entrar gratuitamente em mais alguns templos da cidade.
Seguiu-se a colina que dá nome à cidade, Mandalay Hill, onde por entre pagodes e magníficas vistas escalei cerca de 1.700 degraus.
Desci, fui visitar o Kuthodaw Pagoda, onde se encontra o maior livro do Mundo (entrada grátis), o qual contem 729 placas de mármore (páginas) com escrituras Budistas.
Percorridos mais 300 metros para sul e estava à porta do Mosteiro Shwenandaw, ou, como é mais conhecido, Palácio Dourado, construído em madeira e revestido a folhas douradas. É um dos mosteiros mais visitados em Mandalay. A entrada é grátis com o cartão adquirido no Palácio Real.
Mesmo em frente, temos o Mosteiro Atumashi, que se encontrava fechado ☹.
Por último visitei o Pagode Sandamuni (entrada grátis), conhecido como o volume dois do maior livro do mundo.
Optei por jantar nas imediações do Hotel no Mr. Bar B.Q., na 31 Street, onde servem um delicioso pato entre outras coisas.
Segundo dia. Deveria ter começado este dia ligeiramente mais cedo, talvez ver o nascer do sol na Ponte Ubein, pois seria idílico… ou mesmo antes ainda …quatro da manhã ….assistir ao ritual de limpeza da estátua de Buda no Pagode Mahamuni (Maha Myat Muni), …pois …preferi descansar mais um pouco e começar o dia com um bom e descontraído pequeno almoço.
Aluguei para esse dia uma moto (Scooter), por 15.000 Kyat e comecei então mais uma jornada de visitas. Montado na Scooter, dirigi-me para o Pagode Mahamuni (entrada grátis), e se de madrugada fazem a limpeza à estátua, o resto do dia é passado a colocarem folhas de ouro na mesma. É mais antiga imagem de Buda em Myanmar. Somente os homens estão autorizados a colocar as folhas na estátua, tal como na Golden Rock.
Prossegui caminho para a Ponte pedonal U Bein (grátis), com cerca de 1,6 Km construída em madeira e com uma bonita vista sobre o lago Taung Tha Man.
Após estacionar a mota (Parque 300 Kyat), sim, agora tinha mais uma despesa 😊, passeei por algum tempo na ponte, onde fui confrontado com a maior sessão fotográfica que alguma vez assisti. Não é que a grande maioria das pessoas queria tirar fotografias comigo? E, claro está, eu com eles. Foram momentos bem passados com pessoas simpáticas e genuínas.
Estava na hora de pegar novamente no meu “cavalo” (mota) e rumar ao Monte Sagaing.
Valeu a pena cruzar o rio Irauádi sobre a ponte Yadanabon e contemplar dezenas de templos e mosteiros salpicados por entre as montanhas adjacentes, pois a visão é indescritível.
Passei parte da tarde a visitar a zona envolvente à Montanha (zona de Sagaing) onde conversei com alguns monges e freiras.
Próxima paragem Mingun. Localizada a norte de Sagaing, demorei 40 minutos para lá chegar, percorridos paralelamente ao rio.
Para aceder à Zona Arqueológica temos de pagar 5.000 Kyat, e 200 Kyat para estacionar a mota, os quais são compensados com a beleza do local.
Pagode Pathodawgyi, Pagode Hsinbyume e o sino de Mingun (terceiro maior sino do mundo), são alguns dos monumentos que contemplei no local.
Explorado o local era tempo de regressar a Mandalay.
Tinha então duas hipóteses para realizar o retorno: a primeira opção consistia em realizar o percurso inverso, enquanto a segunda, seria contratar no local um barco que fizesse a travessia do rio em direção a Mandalay, comigo e com a mota 😊.
Os barcos no local aceitam fazer a travessia por 20.000 Kyat por pessoa, mota incluída, o único problema é que para a fazerem necessitam de pelo menos 4 a 5 clientes, coisa que nesse momento não existia. Ainda pus a hipótese atravessar numa pequena canoa, mas após várias tentativas de colocar a scooter no interior da embarcação, chegamos à conclusão (eu e os restantes espectadores no local) que não conseguíamos… mas … foi divertida a tentativa.
Tive de realizar novamente o mesmo trajeto, agora em sentido contrário, que me tomou cerca de 1h30 (40Km). Percalço à parte, uma vez que estava a contar atravessar de barco, e poupar mais de uma hora, acabei por aproveitar no regresso para visitar a zona de Ava (Inwa), onde comtemplei mais algum espólio.
Regressado ao centro de Mandalay era tempo de devolver a scooter e preparar-me para a grande jornada do dia seguinte.
BARCO MANDALAY – BAGAN
Estava na hora de ir para Bagan.
A opção mais procurada e mais interessante de nos deslocarmos de Mandalay para Bagan é sem dúvida alguma descer o rio Irauádi, quer pela beleza natural, quer pelo espólio arquitetónico presente no percurso.
O bilhete pode ser adquirido no próprio hotel onde estiver hospedado ou diretamente nas agências que realizam cruzeiros e que se situam na zona do cais, ao fundo da rua 35th.
O custo 60.000 Kyat (36$ a 42$), depende da empresa e altura do ano. O barco sai às seis e trinta da manhã e chega a Bagan ao final da tarde. Tente chegar cedo ao barco para poder arranjar lugar sentado no deck.
O único senão é que nem todos os dias temos ligação de barco. Se for esse o caso, a solução passa então por realizar o percurso de autocarro, que fica bastante mais económico (9.000 Kyat), parte às oito da manhã e chega a Bagan perto da uma da tarde.
Chegados a Bagan, quer de barco, autocarro ou mesmo de comboio, teremos de negociar com um taxista local para nos levar ao nosso alojamento.
Para quem chega de autocarro, a negociação é feroz, pois como não existe outra opção para a ligação, os mesmos tentam tirar o máximo proveito da situação. Dica: quer vá de barco ou de autocarro tente agrupar-se com outras pessoas para negociar o transfere.
Temos ainda de pagar uma taxa no valor de 25.000 Kyats para podermos circular pela zona Arqueológica de Bagan. A mesma tem uma validade de 5 dias e será paga num dos postos de controle em redor do complexo ou ao desembarcar.
BAGAN
Bagan está dividida em 3 zonas principais no que diz respeito a alojamento, Old Bagan, New Bagan e Nyaung-U. Eu optei por hospedar-me em Nyaung-U (Lanmadaw Road), ao redor da Rua Thi Ri Pyitsaya 4, zona económica e com bastantes restaurantes, desde cozinha local a restaurantes internacionais. Se ficar alojado na New Bagan, a rua Thiri Sandar e Hkan Latt Quarter, é onde se concentram a maioria dos restaurantes.
Como cheguei ao findar o dia a Bagan, apenas tive tempo para alugar uma bicicleta e assistir a um fabuloso pôr do sol no Reino dos três mil templos.
É expressamente proibido subir nos templos. Para contemplar o nascer e pôr do sol existem espalhados pelo reino de Bagan diversos pontos de observação elevados. Como existem milhares de templos, e torna-se impossível visitá-los a todos, os mais relevantes estão assinalados no mapa que aqui publiquei.
Em Bagan o meio de locomoção mais utilizado pelos turistas é definitivamente a Scooter Elétrica / E-Bike. Dos 8 aos 80, toda a gente conduz uma coisa destas. Permite autonomia e mobilidade a quem quer visitar os templos. O preço do aluguer por dia é de 6.000 Kyat, e por meio dia 4.000 Kyat.
MONTE POPA
Decidi visitar o Monte Popa logo no segundo dia. Como outros hóspedes do hotel iriam realizar essa Tour nesse dia, optei por ir com eles. 10.000 Kyat, preço por pessoa em transfere partilhado. Saímos às nove da manhã e regressamos às duas da tarde.
Se viaja em grupo, e se tem no seu itinerário o lago Inle, opte somente por visitar o Monte Popa no dia em que viajar para Inle Lake, pois fica a caminho e poupa um par de horas em deslocações.
No percurso tive contacto com uma realidade que não estava acostumado a observar em Myanmar, dezenas de pessoas de idade, algumas doentes outras desnutridas e algumas crianças, a pedirem ao longo da berma da estrada, carros a passarem em alta velocidade e os seus ocupantes a deitarem alguns Kyats pela janela dos veículos, as pessoas a correrem e a tentarem agarrar o mais que conseguem. Bem sei que existe pobreza em muitos países, mesmo em Portugal, mas fiquei chocado com tamanho cenário.
Conhecido como um local de peregrinação, o Monte Popa é hoje uma espécie de Monte Olimpo. Erigido no topo de um vulcão e dedicado parcialmente aos nats, espíritos protetores que normalmente possuem forma humana, esta montanha demonstra-nos o espírito e poder de aceitação religioso do povo birmanês.
Deixado à porta da montanha era hora de começar a subir os seus 777 degraus que nos levam ao topo. Pelo caminho debati-me com dezenas de macacos-de-cauda-longa, que se encontram espalhados por todo lado e onde tentam a todo o custo roubar comida.
Já no topo, a vista de 360º é simplesmente incrível!
BAGAN
Regressado a Bagan, era altura de alugar uma motorizada elétrica e explorar os templos.
Se assistir ao nascer e pôr do sol é algo fantástico, aqui torna-se divinal. Com a paisagem surpreendente, cada nascer ou pôr do sol é simplesmente único!
Nada como deambular por ente templos e mosteiros, uns mais bonitos do que outros. Perdi-me e voltei a encontrar-me, não fosse Bagan o reino dos templos e pagodes.
Para os mais endinheirados existe sempre a possibilidade de contemplar os templos de Bagan bem lá do alto, num Balão de Ar.
Pela noite era tempo de degustar um peixinho local.
MULHERES TATUADAS “CHIN LADIES”
Em toda a viagem o local onde mais gastei dinheiro foi, sem dúvida alguma, na deslocação de Jeep ao Parque Nacional Nat Ma Taung, com o intuito de conhecer as senhoras Chin e fazer o Trekking do Monte Victoria. Foram dois dias sem descanso, mas que valeram pelo gozo que me deram.
Saí com destino a Kanptelet eram seis da manhã, tendo a viagem demorado cerca de quatro horas.
No percurso, tive ainda o prazer de ver e conhecer o Mythun, espécie domesticada de bovídeo, original da Ásia.
Já em Kanptelet e após encontrar-me com o guia local que contratei, sim, porque para poder interagir com as mulheres Tatuadas, necessita de um guia credenciado para o efeito, seguiu-se a procura de um hotel para pernoitar.
A tarde foi então passada a percorrer a aldeia e a conhecer melhor a história local e as senhoras Chin, sempre acompanhado pelo guia.
Acresce ainda referir que sempre que interagi com uma Senhora Chin, tive de pagar conforme o seu estatuto a quantia de 5.000 Kyat ou 3.000 Kyat.
Considerado como um símbolo de beleza tatuar o rosto, as histórias sobre o porquê desta prática, variam. Existe sim uma certeza, estas magnificas senhoras serão as últimas da sua tribo a tatuar o rosto, uma vez que o governo Birmanês já proibiu esta prática.
O dia não terminou sem uma jantarada num restaurante tradicional e, claro está, com a prova da famosa Khaung, servida numa xícara/taça de barro, é um género de cerveja tradicional (produzida localmente). Se lhe oferecem Khaung em Chin Hills, não recuse em nenhuma circunstância. Você é considerado um convidado de honra.
Além de Kanptelet, Mindat é outro dos locais onde poderá interagir com as Chin Ladies (Mulheres Tatuadas).
MONTE VICTORIA
Madruguei novamente no segundo dia, percorri cerca de duas horas de carro até à base do Monte Victoria, onde nos esperam para quem não quer subir a pé até ao topo, dezenas de motos com respetivo motorista, que por um punhado de Kyats, nos levam ao cume.
Comecei o meu Trekking perto das oito da manhã. A subida demora, em média, duas horas e trinta minutos, enquanto a descida é bastante mais rápida, uma hora e trinta minutos.
Após o almoço, regressei a Bagan onde cheguei passava já das cinco da tarde.
Tinha então um dilema entre mãos, seguir viagem e ir para Inle Lake num autocarro noturno ou descansar e seguir pela frescura da manhã numa carrinha, optei pela segunda (15.000 Kyat).
Ainda tive tempo para visitar mais uns templos e apreciar novo pôr do sol.
BAGAN – INLE LAKE
São 330 Km em 7 horas, que separam Bagan do Lago Inlé. O percurso atravessa uma zona montanhosa e de difícil acesso, o que torna esta viagem num verdadeiro inferno.
É de salientar que o governo está, neste momento, a investir na construção e melhoramento de novas estradas neste local.
Passada a parte montanhosa, descemos em direção a Kalaw, onde realizamos uma paragem para descanso.
Kalaw é considerado o melhor ponto de partida para realizar Trekking pela região. Os mais requisitados são os Trekking de um e dois dias com finalização no Lago Inlé.
Os mesmos podem ser contratados no local (nas agências de Trekking ou mesmo nos hotéis).
Após o descanso, prossegui viagem até Nyaungshwe, onde mesmo antes de chegarmos à cidade fizemos outra paragem desta vez para pagar a taxa turística no valor de 15.000 Kyat, para poder aceder à área do Lago Inlé.
INLE LAKE
Local tranquilo e de uma beleza descomunal, o lago espelha a sociedade birmanesa em todo o seu esplendor.
Alojei-me em Nyaungshwe, num pequeno hotel com vista para o canal.
Como ainda eram cinco da tarde e o sol ainda estava longe do horizonte, decidi pegar numa bicicleta e dirigir-me ao “Red Mountain Estate Vineyards & Winery” para apreciar o pôr do sol e degustar o meu primeiro copo de vinho produzido em Myanmar.
Permaneci por mais três dias na zona do lago, mas cheguei à conclusão que dois bastavam, apesar da sua beleza natural.
Aqui fica uma breve descrição desses dias.
Primeiro dia, prática comum pela zona, alugar um barco (18.000 Kyat) pelo período de oito horas, das oito às dezasseis, e conhecer o lago e as suas gentes.
A principal atração do lago é o povo Intha e os seus costumes. Vivem em casas de palafitas no centro do mesmo, cultivam hortas em jardins flutuantes e têm a particularidade de remarem não com as mãos, mas sim com as pernas. A somar a todos estas singularidades, a pesca é realizada com um arpão e uma pequena rede cónica.
Apesar do método de pesca estar em desuso, e os pescadores agora apenas representarem para as câmaras fotográficas dos turistas que cruzam as águas pouco profundas do lago, a verdade é que esta representação continua a ser de uma beleza descomunal. Que o diga Jean Larivière, fotógrafo francês de renome que captou algumas das suas grandes imagens aqui neste mesmo lago.
No meio do lago acabei por ter uma aula de história, sobre métodos de pesca, barcos e estilos de remo 😊
Visitei o mercado do Lago, mercado este rotativo pois alterna entre cinco aldeias do lago.
Normalmente neste tipo de passeio pré-programado, o timoneiro leva-nos sempre a algumas lojas (para turista ver), o que neste caso em particular foi bastante agradável, pois acabei por conhecer um pequeno grupo de mulheres Kayan, mais conhecidas por mulheres girafa.
Tive ainda a oportunidade de observar como transformar o caule da flor de lótus num dos tecidos mais ecológicos e espirituais do mundo.
Terminei o passeio a visitar o Phaung Daw Oo, o principal pagode da região.
Quanto ao jantar, aconselho subirem ao RoofTop do Ostello Bello. Foi onde acabei por comer e beber alguma coisa com um grupo de amigos.
O segundo dia começou bem cedo comigo a assistir ao nascer do sol no Lago. Desta vez não tive de desembolsar nenhum kyat, pois como os amigos são para as ocasiões, um dos pescadores com quem travei amizade no dia anterior ofereceu-me o passeio.
Se pretende presenciar o nascer ou pôr do sol, terá de desembolsar 18.000 Kyat por barco, ou seja, estes capitães e respetivas embarcações, realizam por dia 3 viagens a 18.000 Kyat cada.
Posteriormente, aluguei uma bicicleta e fui em direção à ponte de madeira Maing Thouk, onde passei a grande parte da manhã a cirandar.
No local visitei mais umas casas construídas de palafitas e andei novamente de barco.
Entretanto segui para a zona nascente da cidade onde visitei o Bamboo Garden (Mudita School – uma ONG que tem como objetivo melhorar as condições de vida de crianças órfãs ) e a Gruta e Mosteiro Htet Eain Gu.
Seguiu-se o Mosteiro Shwe Yan Pyay e Shwe Yaunghwe kyaung no extremo norte da cidade.
Terminei este dia a aprender a plantar arroz com um grupo de trabalhadoras locais.
Jantei no Night Market, onde aproveitei para comprar algumas lembranças.
Terceiro dia, foi passado novamente a percorrer grande parte das imediações do lago de bicicleta, lado oeste, onde subi a mais alguns templos.
Acabei por cruzar novamente de barco o lago desta vez de oeste para este, bicicleta incluída.
Terminei o dia a apreciar mais um pôr do sol de copo na mão.
Era tempo de fechar o meu “9” e com isso regressar a Mandalay para dar por terminada a minha passagem por Myanmar.
Para realizar a ligação, reservei lugar numa carrinha (14.000 Kyat). Saí do Lago Inlé pelas nove da manhã, tive uma paragem para almoço perto da uma da tarde e cheguei a Mandalay às cinco.
Como tinha voo nesse mesmo dia para Bangkok, acabei por me meter num táxi e dirigir-me de imediato ao aeroporto.
Informações adicionais
Leve um adaptador de corrente pois poderá necessitar dele.
O Multibanco (ATM) por norma só disponibiliza 200.000 kyat por cada levantamento.
Com o intuito de cortarem relações com o período colonialista, a condução é como em Portugal, pela direita, apesar da maioria dos automóveis ainda possuírem o volante à direita.
Hora: +5.30H do que em Portugal.
Não se assuste com as marcas vermelhas no chão que irá encontrar por todo o lado, não é sangue é simplesmente uma pasta que o povo birmanês costuma mascar e cuspir para o chão. A pasta é constituída por noz de areca e folhas de betel (espécie de videira). Essa mistura deixa ainda um tom avermelhado nos dentes das pessoas.
Thanaka, é uma pasta cosmética feita a partir de alguns tipos de árvores, que depois de moída é aplicada como protetor solar nas faces e braços das mulheres e crianças birmanesas.
Na maioria dos templos é obrigatório o uso de calças, sendo proibido as leggings, uso de meias nos pés também é proibido, só se pode entrar descalço.
O visto pode ser requerido online o mesmo tem um custo de 50€.
Não se esqueça, convém marcar pelo menos a primeira noite de hotel, pois necessitam do nome do mesmo para preencher o visto.
Não é possível obter visto de turismo à chegada (Visa On Arrival).
Para entrar no país deverá apresentar um passaporte com validade superior a 6 meses.