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China, misterioso oriente…

Quando pensas em férias épicas, qual é o primeiro destino que tens em mente? Provavelmente um lugar como Austrália, Patagónia ou mesmo uma ilha no meio do Oceano Pacífico.
Pois bem, tenho um novo destino para adicionares à tua lista: China!

Desde as suas cidades de renome internacional às suas notáveis maravilhas naturais, muitas são as atrações escondidas à espera de serem descobertas.

Aqui fica a minha viagem por alguns dos lugares mais bonitos da China que tu precisas conhecer.

A minha viagem começa em pleno coração de Hong Kong. Depois de ter passado alguns dias numa das cidades mais dinâmicas do mundo, onde o Oriente e o Ocidente se fundem, decidi embarcar em nova aventura e entrar definitivamente na China.

Se queres saber algo sobre Hong Kong, estás à espera de quê? Consulta aqui!

Dirigi-me para a estação West Kowloon para apanhar o meu primeiro “comboio bala”. O meu destino era Guilin a cerca de 600 Km de Hong Kong. Esta estação ferroviária funciona como um verdadeiro aeroporto internacional, como é uma das portas de entrada para a China, convém chegar com antecedência de uma hora, hora e meia, pois existem vários procedimentos antes do respetivo embarque.

Queres saber como comprei o bilhete ou neste caso os bilhetes, pois todas as ligações que acabei por fazer na China foram de comboio bala. Nós comuns mortais que não pertencemos ao Império, só temos uma opção, contratar uma empresa chinesa para proceder à compra dos mesmos. Pode sempre tentar adquirir na bilheteira, mas tem 2 problemas, a barreira da língua (a população chinesa não fala outra língua senão o chinês) e normalmente todos os lugares estão vendidos.

Continuando… após três horas de viagem num comboio confortável, parecido com o nosso alfa pendular, mas com a particularidade de viajar a 300km/h, e onde todos os assentos estão virados no sentido da marcha, lá cheguei a Guilin, a mais bonita cidade na região de Guangxi. Cidade no interior e porta de entrada para o esplendoroso e impressionante cenário, os montes de relevo cárstico de calcário.

Como era a minha primeira vez em solo Chinês, decidi solicitar ao hotel um transfere, pois ainda não tinha dinheiro local e não sabia o que esperar.

GUILIN

“Tracei um plano de três dias para Guilin: Dia de chegada, visitar e dormir em Guilin; Segundo dia, descer rio Li até Yangshuo e dormir lá; Terceiro dia, visitar Yangshuo e ao final do dia rumar novamente para Guilin onde iria pernoitar, pois no dia seguinte pela manhã tinha comboio para Shangai “

Agora que estava na China a primeira coisa que fiz foi trincar qualquer coisa, pois já estava com a larica. Segunda coisa foi arranjar Yuans (moeda chinesa), e a terceira marcar ligação para o dia seguinte para ir visitar e dormir em Yangshuo.

A primeira foi fácil, numa qualquer esquina temos sempre um restaurante, ou mesmo um KFC chinês (Logotipo igual à marca americana mas somente com as letras KC).

A segunda nem por isso, ou levantava nas máquinas dinheiro ou trocava diretamente no Banco Central da China alguns euros por Yuans, que foi o que eu acabei por fazer.

Já a terceira, essa sim foi complicada. Como eu já tinha em mente mais ou menos o que pretendia fazer no dia seguinte, descer o Rio Li para poder apreciar os montes de relevo, andar de jangada, visitar a pequena vila XingPing, apreciar os pescadores locais com os seus enigmáticos corvos marinhos e ir dormir a Yangshuo, tive de puxar dos galões e encontrar uma agência de viagens onde pudesse marcar a descida do rio.

Com o pessoal da agência a falar zero de inglês, um tradutor (telefone) e muita linguagem gestual à mistura lá consegui explicar o que pretendia.

Acabei por arranjar um programa mais ou menos interessante, que cobria grande parte do que eu pretendia.  Estava eu todo contente, quando passado alguns minutos a menina que me atendia dava-me a triste noticia que afinal não havia disponibilidade, todos os lugares estavam vendidos. Conclusão, acabei por somente conseguir agendar a descida do Rio Lijiang de barco (ou como é mais conhecido Rio Li), até Yangshuo com almoço a bordo e por um preço exorbitante.

Como estava a realizar a viagem em pleno Agosto, e como a legião chinesa parece meter ferias nessa altura, tudo está esgotado, comboios, barcos, aviões, etc… Enfim, se viajar nessa altura já sabe, marque tudo com antecedência (solicite ao hotel).

Pormenores resolvidos, era tempo de visitar Guilin. Com uma população a ultrapassar já os 5 milhões de habitantes, mas com impressionáveis baixos níveis de poluição, e tendo como símbolo da cidade a montanha do elefante, Guilin é sinonimo de prosperidade, belos jardins e lagos, bonita arquitetura e gente muito simpática.

Comecei por visitar o lago Shanhu (Fir Lake), onde pude apreciar os pagodes gémeos: Pagode do Sol e Pagode da Lua.

Seguiu-se a montanha do elefante (monte em forma de elefante onde a tromba mergulha no rio para beber água) e por fim a zona pedonal de Zhengyang, onde saboreei algumas delícias locais.

Como a noite ainda era uma criança, fiz mais um belo passeio pela encosta do rio e contemplei várias famílias a desfrutarem da água do rio, uns molhavam os pés, outros pescavam e crianças brincavam na água.

Podemos ainda visitar no topo da montanha elefante, o templo Puxian e Yunfeng, a caverna Lua de água com as suas inscrições da dinastia Tang e Song e um pouco mais afastado do centro da cidade a caverna Reed Flut criada pela erosão da água no calcário.

Para quem puder usufruir de mais um dia na cidade não deixe de visitar o parque das sete estrelas, e mais afastado, os campos de arroz em Longsheng.        

Segundo Dia: Pela manhã embarquei no tão fadado cruzeiro com destino a Yangshuo. Principal sistema fluvial e conhecido pelo seu esplendor cênico, o rio Li não desaponta nenhum visitante.

A melhor descrição que posso fazer além da fotografia que coloco aqui é:

Montes e montes de relevo cárstico de calcário verde esmeralda aparentemente flutuam no Rio Li, cuja beleza natural e tesouros históricos se combinam para criar uma paisagem mágica.

Contudo, a viagem foi longa e maçadora estando os melhores cenários guardados para o fim da viagem (perto de XiangPing).

Conclusão, opte por um programa (descida Rio Li) que combine barco, autocarro e jangada, para não morrer de tédio.

A chegar a XiangPing, o momento alto da viagem, é tentarmos descobrir a montanha que está impressa no verso da nota de 20 Yuan.

Mais 30 minutos de viagem e chegamos ao nosso destino final, Yangshuo.

YANGSHUO

Passei primeiro pelo hotel para deixar a pequena mochila que transportava, sim, porque a grande ficou no Hotel em Guilin, onde mais tarde vou regressar. Seguidamente aluguei um táxi para me levar a XingPing. São 30 minutos que nos separam da que costumava ser uma sonolenta vila ribeirinha para a cidade que é hoje.

Pode sempre optar por ir de Autocarro (1 hora ), ou mesmo de mota elétrica, o que demora um pouco mais.

Para visitar XingPing necessita cerca de duas horas. Com edifícios que datam da dinastia Qing e Ming, a cidade piscatória é um verdadeiro museu ao ar livre, percorrer as suas ruas antigas transportam-nos para um passado distante.

O que fazer em XingPing: percorra a rua antiga em direção ao rio, cruze a ponte que atravessa um afluente do rio Li, após alguns minutos estará no local onde novamente poderá ver o cenário imortalizado na nota de 20Yuan.

Quase tão icônicos quanto os pináculos que se erguem luxuriosamente através da névoa são os pescadores barbudos com corvos marinhos. Eles estão presentes em todo o merchandising realizado para o local, nos comerciais de televisão, em pósteres de agências de turismo, lembranças etc…

Nesse local encontrará vários pescadores “É aqui precisamente aqui” que são tiradas as icónicas fotografias de um velho pescador barbudo com a sua capa de chuva, o seu chapéu, com um lampião na mão, numa jangada de bambu, acompanhado pelos seus enigmáticos corvos marinhos. Estes foram treinados para retornar aos pescadores com suas capturas – um fio amarrado ao pescoço impede-os de engolir o peixe.

Pelos passeios que realizei no local, pude constatar que esta enigmática forma de pescar está a cair em desuso. Hoje a maioria destes pescadores sobrevive do turismo, representando e simulando a pesca para a objetiva das câmaras fotográficas.

Hoje são poucos os que sobrevivem deste meio de subsistência

Se puder usufruir de um dia completo por aquelas bandas, aconselho que continue caminhando em direção a norte até Lengshui. Aí embarque numa jangada motorizada até Yangdixiang (1h30 a 2 horas), onde no final poderá apanhar um autocarro ou táxi de regresso a Yangshuo ou Guilin.

Trekking – Trilho verde

Outra opção, caminhada desde XiangPing até Yangdixiang, são cerca de 18km, com três travessias de rio. O percurso pode ser realizado tanto de bicicleta como de mota, uma vez que as balsas que cruzam o rio Li estão adaptadas para o peso. No final pode sempre regressar a XingPing de Jangada.

Regressado a Yangshuo, parecia que estava noutra dimensão, se de dia a cidade estava calma, com o cair da noite a mesma transforma-se num verdadeiro São João.

Hoje Yangshuo é uma cidade de contrastes, dos que lamentam a perda do paraíso calmo e tradicional, e dos restantes que amam o lado moderno da cidade.

São muitos os vendedores de rua, lojas, restaurantes para todos os gostos, bares, meninas a dançar nas montras, tudo apimentado com luzes de néon.

Terceiro dia: Após pequeno almoço tomado num dos Starbucks locais, aluguei uma bicicleta, se quiser pode alugar uma scooter, para ir percorrer as margens de um dos afluentes do rio Li, rio Yulong. Longe do bulício da cidade (Yangshuo), aqui sentimo-nos em paz, bucólicas paisagens ribeirinhas, pitorescos arrozais, búfalos, um verdadeiro ambiente rural, transformam este passeio numa experiência única.

Mas como não há bela sem senão, também aqui sentimos o impacto do turismo. O rio atrai turistas para passeios de jangada em larga escala. São camionetas de pessoas a chegar, embarcar, descer 3 km de rio e regressar novamente a Yangshuo.

Para o lado oposto, temos o arco natural da Montanha da Lua (Moon Hill), formação rochosa com um buraco em forma de lua no centro. O topo pode ser acedido pelos seus 800 degraus de mármore chamados “apreciando o caminho da Lua” ou para os mais aventureiros, pelas várias rotas de escalada que existem no local. Já no topo a vista é deslumbrante. 

Com o findar do dia era tempo de regressar, primeiro a Yangshuo para devolver a bicicleta, e depois para apanhar o autocarro com destino a Guilin. No hotel tratam-lhe de tudo.

Para quem gosta de espetáculos, não deixe de ver o Liu SanJie Show, o impressionante show criado por Zhang Yi Mou, diretor e coreógrafo da cerimônia de abertura das olimpíadas de Pequim em 2008.

No final do espetáculo pode fazer a ligação diretamente a Guilin, sem regressar a Yangshuo, pois existem autocarros no local.

Novo dia, nova ligação. Hoje tinha de apanhar o comboio com destino a Shanghai. Apanhei um táxi para a estação, e para meu espanto o motorista era de uma cordialidade monumental e não me tentou ludibriar no preço, apenas paguei o valor correto apresentado no taxímetro, cerca de 40Yuan.

O resto do dia foi passado no comboio. Saiu de Guilin pelas 12h e chegou a Shanghai às 21h.

SHANGHAI

Apelidada de “Nova York da Ásia” considerada a grande locomotiva comercial chinesa, Shanghai é hoje a metrópole mais cosmopolita e moderna do país. Arquitetura repleta de edifícios futuristas, ruas largas, luzes coloridas de néon, e um intenso corropio de carros e pessoas.

Cortada pelo Rio Huangpu, a cidade divide-se em duas regiões: Bund a oeste representa a velha Shanghai, e Pudong a Leste alberga a parte nova e financeira desta cosmopolita cidade. 

Servida por dois aeroportos internacionais, Pudong e Hongqiao, e uma vasta rede de metro com 17 linhas, que conecta todos os pontos desta megacidade, o que facilita a vida a qualquer visitante.

Se chegar a Shanghai pelo aeroporto de Pudong não deixe de experimentar a ligação ao centro da cidade realizada no Maglev, são 8 minutos para percorrer 30km a 430km/h. Com intervalos de 15-20 minutos, liga o aeroporto a Longyang Road.

O meu comboio bala procedente de Guilin, terminou a marcha na estação Hongqiao, mesmo ao lado do aeroporto com esse nome. Daí, apanhei o metro com destino a East Nanging Road, a rua mais central e comercial de toda Shanghai onde fiquei alojado.

Seguiram-se dois dias alucinantes por esta incrível cidade.

No primeiro dia, como os autocarros turísticos são bastantes económicos (40Yuan), optei por andar num e visitar todas as zonas mais distantes do meu quartel general (hotel) e assim ficar com uma panorâmica de toda a cidade.

Primeira paragem, jardim Yu (YuYuan Garden). A sua construção remonta à dinastia Ming e foi construído para proporcionar paz e tranquilidade. Com edifícios aparentemente antigos no exterior, mas bastante atuais no seu interior, criam uma harmonização de uma fotografia de uma cidade antiga. O pavilhão do lago construído em 1748, é a mais conhecida casa de chá em toda a Shanghai. Gastei cerca de duas horas entre visitas e passeio pela zona.

Seguiu-se a zona de Xintiandi, onde consegui saborear um pouco da arquitetura ShiKumen e onde acabei por almoçar.

Pela tarde foi para leste em direção a Pudong, zona financeira e onde estão concentrados alguns dos edifícios mais altos do Mundo, JinMao Tower (420m), Orientel Pearl Tower (468m), Shanghai Tower (632m) e a Shanghai Worl Financial Center (492m).

Old Shanghai (Bund)

De regresso à base, era tempo de jantar. Existem imensos restaurantes por toda Shanghai, mas se queremos comer bom e barato como um verdadeiro chinês, a conversa é outra. Procure nas ruas adjacentes às ruas principais, restaurantes onde somente estão chineses e onde a comida servida seja tipo buffet. Aí sim é barato! 

Para o segundo dia, reservei então a zona de Bund, velha Shanghai. Comecei por descer a Nanjing Road em direção ao rio Huangpu, onde cruzei toda a zona da alfândega e admirei a arquitetura do início do século XX, Banco da China, Banco de Hong Kong e Shanghai, e o ex-libris do local, Peace Hotel, anteriormente conhecido como Sassoon House.

Já de frente para o rio, pude apreciar uma das paisagens mais deslumbrantes construídas pelo homem, na linha do horizonte tinha Pudong e os seus arranha-céus.

New Shanghai (Pudong)

Seguiu-se um ligeiro banho de compras por entre as lojas existentes no local. Todas as marcas de top do mercado internacional estão plantadas na Nanjing Road, com preços bem acima dos praticados aqui na Europa. As nossa conhecidas Lojas de Chineses, durante toda a viagem, nem vê-las, simplesmente não existem …. 

Como era domingo, dia de descanso também para o povo chinês, assisti a uma coisa muito peculiar, ao passear pelo Praça do Povo (People´s Square) constatei que a tradição dos casamentos arranjados ainda vigora por esta zona do globo. Enquanto uns dançavam outros mostravam e trocavam informações dos seus filhos numa tentativa de arranjar suposto casamento.

Pela noite, peguei nas minhas trouxas e lá rumei eu novamente para uma estação de comboio para fazer mais uma ligação, desta vez para Suzhou.

Não posso deixar de salientar que Shanghai me impressionou pela positiva. Com milhares de habitantes a cidade apresenta-se limpa e cuidada e com baixos níveis de poluição.

Acho que num mês em Shanghai não conseguiria conhecer a totalidade desta metrópole. Assim, para quem quiser e tiver tempo disponível aqui fica o mais relevante a visitar por distrito: 

Changning – Parque Zhongshan; Jardim Zoológico de Shanghai; Mausoléu e Memorial Soong Ching-Ling.

HongKou – Parque Lu Xun; Museu dos refugiados Judeus de Shanghai; Shanghai Music Valley.

Putuo – Parque e Aquário de Changfeng; Templo de Buda de Jade; Legoland discovery center.

Xuhui – Área de Xu Jia Hui; Mansões da antiga concessão francesa; West Bund.

Jing´an – Templo Jing´an; Museu Historia natural de Shanghai; Local do segundo congresso nacional do CPC.

Huangpu – The Bund (marginal); Jardim Yu Yauan; Local do primeiro congresso nacional do CPC.

Pudong – Torre Oriental Pearl; Parque dos animais selvagens de Shanghai; Museu da Tecnologia e da Ciência de Shanghai; Oceanário Haichang; Disneyland; Vista do topo da Shanghai Tower.

Yangpu – Parque Florestal Gongqing; Centro Internacional de Moda de Shanghai; Museu da Ciência e da Tecnologia.

Baoshan – Terminal de Cruzeiro Wusongkou; Parque da floresta pantanosa de Wusong Paotaiwan; Parque Gu Cun;

Minhang – Parque de diversões Jin Jiang; Antiga cidade de Zhaojialou; Antiga cidade de Qibao.

Jiading – Jardim Guyi; Shanghai Auto Expo; Cidade Antiga Zhouqiao.

Jinshan – Praia Jinshan; Cidade Antiga de Fengjing; Vila piscatória Jinshanzui.

Songjiang – Jardim botânico Chenshan; Shanghai Fiml Park; Parque aquático Playa Maya.

Qingpu – Antiga cidade de Zhujiajiao; Oriental Land; Lianyi Loquat Paradise.

Fengxian – Parque aquático Bihai Sands; Parque Nacional Haiwan; Cidade de Zhuanghang.

Chongming – Parque Nacional de Dongping; Reserva natural de Xisha; Reserva natural de Dongtan.

SUZHOU

Cheguei a Suzhou procedente de Shanghai eram já 22h.

Como qualquer grande cidade (13 milhões de habitantes na sua área administrativa), também aqui temos linhas de metro 😊 que percorrem os principais pontos de interesse no centro da cidade. Fiquei na cidade apenas um dia e duas noites, mas deu para ficar com uma pequena ideia da Veneza da China.

Conhecida pelos seus canais, pontes e jardins clássicos, Suzhou é sinónimo de equilíbrio e harmonia. A maioria dos seus monumentos e locais históricos estão inscritos pela Unesco na lista de Património Mundial. Esta Veneza tem inscritos mais de 100 jardins nesta lista. 

Existe um velho provérbio chinês “No céu há o Paraíso, na terra há Suzhou”.

Apesar de a minha passagem fugaz por Suzhou, pude apreciar o charme da mesma nas várias atrações espalhadas pela cidade, entre elas o icónico Jardim do Administrador, e o maior canal artificial do mundo que circunda toda a área central da cidade.

Pela manhã comecei a visita a percorrer a zona Histórica e Cultural de Shantang, que se estende paralelamente ao rio com o mesmo nome.  

A zona tem uma extensão de 3km, com diversas pontes centenárias e culmina numa das pontas com a Tiger Hill Scenic Area, conjunto de jardins e templos. Pode optar por fazer o percurso de barco até Tiger Hill e regressar a pé ao centro da cidade.

Seguiu-se a visita ao Templo Bao´en, o mais antigo templo em Suzhou.

Depois visitei o museu de Suzhou, e terminei a manhã a passear no Jardim do Administrador

Como estava na terra das massas e Dumplings, sim, se Itália é famosa pelas suas pastas e pela Torre de Pisa, já a Província de Jiangsu é famosa pelos seus Dumplings, e pelo Pagode inclinado de Huqiu (Tiger Hill). Que o diga “Marco Polo” que após uma das suas viagens pelo Oriente (Província de Jiangsu) introduziu a massa e o macarrão na Europa.

Já pela tarde, deambulei pela cidade onde contemplei mais uns jardins e canais.

Para quem quiser fazer compras, Guanqian é a zona que deve visitar.

Mas Suzhou não é apenas o seu centro histórico congelado no tempo, é também um distrito moderno totalmente projetado para o futuro, futuro este criado pelas várias tecnologias aqui fabricadas. Se tiver tempo saboreie a delicada cozinha local e visite os diversos lagos envolventes à cidade.

Despedi-me de Suzhou ao início da manhã, embarquei em mais um comboio Classe G, rumo a Xian num percurso que demorou menos de 6 horas a perfazer cerca de 1.300Km.

XI´AN

Torre do Sino (Bell Tower)

Cheguei ao início da tarde na que, para mim, é uma das mais bonitas cidades do Oriente. Outrora, caldeirão de culturas e religiões, bem como lar de imperadores, comerciantes e guerreiros, aqui nasceu a antiga civilização chinesa. Terminal Oriental da Rota da Seda e berço dos famosos Guerreiros de Terracota, fizeram desta cidade um importante marco histórico.

Mais uma cidade com Metro (4 linhas). É fácil deslocarmo-nos e rapidamente chegarmos ao destino pretendido. A linha vermelha é a principal, liga o centro da cidade à estação de comboios Norte.

Como somente reservei um dia e meio para esta incrível cidade, tive de andar da perna para poder contemplar alguns patrimónios históricos. Assim sendo, comecei a minha incursão pelo Bairro Muçulmano, e pela conhecida rua Beiyuanmen bem no coração da cidade, onde vendedores de todas as descrições ainda lotam as ruas estreitas a tentar vender as suas mercadorias.

Visitei na zona, a Grande Mesquita, a Torre do Tambor (Drum Tower) e a Torre do Sino (Bell Tower), ex-libris erigidas erigidas na Dinastia Ming.

Preço do Bilhete: Bell Tower + Drum Tower (50Yuan) ; Great Mosque (25Yuan).

Torre do Tambor (Drum Tower)

Ao jantar experimentei a “bifana chinesa” que mais parece um hambúrguer, mas é uma boa alternativa para uma refeição ligeira.

Terminei a noite a contemplar as luzes que iluminam a Bell Tower e a Xi´an City Wall (muralha da cidade).

Como visitar o Exército Terracota

Para o dia de hoje, tinha na agenda a visita a um dos pontos altos da minha viagem pelo Oriente. Exército de Terracota, Guerreiros de Xian ou ainda Exército do Imperador Qin, são alguns dos nomes pelo qual é conhecido o exército de Qin Shi Huang, o primeiro Imperador da China.

Considerada uma das descobertas arqueológicas mais famosas do mundo, este exército enterrado, guardou silenciosamente a alma do primeiro Imperador durante dois milênios.

Muito simples, de metro deverá sair na estação de Wulukou, e subir a avenida Jiefang em direção à muralha (sentido Norte).

Após passar por debaixo da muralha, e de frente para a estação de comboios central, vire à sua direita e percorra cerca de 50 metros até ao terminal de autocarros (ao ar livre).

Normalmente, e dependendo da altura do ano, existe quase sempre fila para apanhar o autocarro 306.

Uma vez dentro do mesmo pagará ao motorista 7 Yuan. A viagem demora cerca de uma hora.

Chegado ao destino final, aconselho a memorizar muito bem o ponto de paragem, para mais tarde não ter de andar às voltas à procura do local.

O bilhete de entrada custa 120 Yuan. Da bilheteira ao complexo propriamente dito temos de percorrer cerca de 800 metros, atravessando um jardim. Existem 3 Pavilhões e um museu interpretativo, o Pavilhão 1 é o maior e é neste que se concentra a maioria dos visitantes.

Se pretender almoçar nas imediações da zona arqueológica, somente tem de seguir as indicações da saída e passará pelo meio duma zona amplamente comercial com restaurantes, lojas etc…

Para regressar, dirija-se ao ponto de chegada. No local terá alguns autocarros que não o 306, mais confortáveis que realizam o mesmo percurso, pelo preço de 10 Yuan. Se pretender apanhar o 306, terá de avançar mais umas dezenas de metros, pois a paragem de chegada não é a mesma que a da saída.

Mas Xian não é somente o Exército Terracota, são mais de 3.000 anos de história, cravadas em cada pedra e em cada tábua.

Regressado, era tempo de percorrer as muralhas intactas da dinastia Ming. A entrada principal é a portão Yongning, a sul da muralha e é onde se realizam os espetáculos (20h30 e 21h30) quase diários. Aqui podemos sentir a história da cidade de Xian e a cultura da Dinastia Tang, considerada a época de ouro da china medieval.

Já no interior da muralha, e após ter pago 54 Yuan para poder subir na mesma, poderá percorrer os seus 14 Km a pé ou de bicicleta. Existe no local bicicletas para alugar.

Para quem puder passear mais uns dias por estas largas avenidas, aqui fica uma dica do que deve visitar: Huashan Mountain; Qin Shi Huang Mausoleum; Giant Wild Goose Pagoda; Shaanxi History Museum; Han Yang Ling Mausoleum; Famen Temple.

Pela manhã, era hora de dizer adeus e fazer a ligação de Xian à admirável Pequim em Alta Velocidade. 1.000Km, em cinco horas, separavam-me do meu destino final.

PEQUIM

Capital das três últimas dinastias imperiais, centro político, económico, cultural e educacional, Pequim alberga incontornáveis monumentos integrantes do Património Mundial da UNESCO, como a Cidade Proibida, Praça Tiananmen, o Palácio de Verão ou o Templo do Céu.

Não obstante este glorioso património, diz-se que o coração de Pequim bate nos seus Hutongs. Bairros característicos e símbolo da história chinesa, estes labirintos térreos, legado deixado por Kublai Khan, são um dos melhores locais para conhecermos a cidade e as suas origens.

Entrei ao início da tarde em Pequim pela estação Beijing West. Era tempo de ir pousar as tralhas no Hotel e explorar esta magnífica cidade. Reservei dois dias e meio para visitá-la.

Como uma emaranhada teia de aranha, o metro de Pequim é um dos maiores do mundo, quase duas dezenas de linhas, distribuídas por mais de 450km.

Andar de metro é fácil e bastante económico (3 a 6 Yuan por viagem). Para comprar o bilhete dirija-se à máquina, click na linha que pretende, seguidamente a estação de destino, coloque as moedas ou notas para pagamento (conforme a máquina) e … voilà … temos bilhete. 

Uma coisa que em Pequim é levado ao extremo, fanáticos pela segurança, não existe uma única entrada de metro que não tenha controle e máquina de Raio X.

Mais, todos os acessos a áreas movimentadas como Praça Tiananmen, Palácios, Templos, são controlados à entrada, e teremos sempre de apresentar o nosso passaporte, leu bem… em Pequim temos de andar sempre com o passaporte na mão.

O meu primeiro destino foi visitar o coração da cidade, Praça Tiananmen. Optei por ir de autocarro, simples e económico, paga-se ao motorista, para ser mais exato temos de ter dinheiro trocado e saber de antemão o valor cobrado para colocar numa caixa transparente que está ao lado do motorista. Além disso, como eles não falam inglês, temos de saber qual o autocarro apanhar e onde sair….. veem… simples 😊

Chegado a Tiananmen, lá tive eu de andar quilómetros para conseguir passar pelo controle de segurança e entrar na dita praça.

Todos os dias, na Praça é hasteada a bandeira chinesa e pelas 19h a mesma é recolhida pelo Plutão da Guarda. Presenciei o espetáculo no meio do povo que se concentrava na mesma para assistir a este momento juntamente com centenas de chineses.

Reservei o segundo dia em Pequim para conhecer a Grande Muralha.

Como visitar a Grande Muralha

Considerada uma das sete maravilhas do mundo, a Muralha da China foi construída pelos chineses com o intuito de se defenderem dos povos Nómadas do Norte.

A partir de Pequim existem dois sectores de fácil acesso, para quem quer visitar os mesmo sem recorrer a nenhuma agência local. São eles: Balading e Mutyanu.

Balading, é sem dúvida a mais concorrida por ser de mais fácil acesso. Somente temos de apanhar o metro (linha 8 ou 13) e sair na estação HUOYING. Na estação procure a saída G4, e após alguns minutos está na estação Huangtudian. Diriga-se à bilheteira e compre um bilhete para Balading (6 Yuan). São cerca de 50km que demoram menos de meia hora a percorrer. Chegado à estação, somente tem de seguir as placas ou o cardume de gente até à entrada da Muralha.

Horário de funcionamento da Muralha da China em Badaling: 6h30 às 19h (alta temporada) ou 7h30 às 18h (baixa temporada). Tempo estimado de visita, 2 a 3 horas.

Entrada na Muralha, 40 Yuan na alta temporada (abril a outubro) e 35 Yuan na baixa temporada (novembro a março).

Mutyanu, menos concorrida que a sua congénere e ligeiramente mais complicada para aceder, pois temos de apanhar o metro e dois autocarros.

Primeiro vá de metro e saía na estação Dongzhimen.

Ao sair da estação procure pelo KFC, pois ao lado do mesmo é o terminal de autocarros. Apanhe o autocarro 916 Express (12 Yuan) com destino a Huairou. A viagem demora cerca de uma hora.

Para não haver enganos onde deve sair, deverá estar atento ao seguinte: Após sair da auto estrada (via rápida), o autocarro vai percorrer por alguns minutos a avenida “Yingbin Road”. Quando este virar à direita deve descer logo na primeira paragem (desde que sai da autoestrada é a décima paragem).

Após descer do autocarro, atravesse a rua e aguarde pelo autocarro H23 ou H24. A segunda viagem demora cerca de 25 minutos. Custo do bilhete 3 Yuan. Deverá sair junto ao aqueduto de águas livres. Na paragem de saída também tem um sinal redondo com os dizeres “Home of the great wall”. Pode sempre optar por realizar este percurso de Táxi, mas tenha em atenção para não ser ludibriado.

Após descer do autocarro passe por debaixo do aqueduto, na rotunda siga pela esquerda e está na entrada principal da Grande Muralha, sector Mutyanu.

Horário de funcionamento da Muralha da China em Mutyanu: 6h30 às 19h (alta temporada) ou 7h30 às 18h (baixa temporada). Tempo estimado de visita, 2 a 3 horas.

Terá de comprar os seguintes bilhetes (dois ou três):

– Entrada na Muralha, 40 Yuan na alta temporada (abril a outubro) e 35 Yuan na baixa temporada (novembro a março).

– Bilhete para o autocarro no valor de 15 Yuan, pois o acesso à muralha fica a alguns quilómetros da bilheteira. Não tente ir a pé, é longe.

– Aceder ao topo da muralha: Se optar pelo Teleférico (Cabine) são 100 Yuan para subir, 120 Yuan ida e volta; Se optar por subir de teleférico (cadeira) são 120 Yuan, inclui a descida de Tobogã, que se traduz na maneira mais rápida e eficaz de descer qualquer Muralha. 

Se não quiser gastar dinheiro, simplesmente suba e desça a pé ao seu ritmo.

Se quiser gastar dinheiro e contemplar a muralha bem lá do alto, nada melhor que utilizar um dos helicópteros disponíveis no local, pela modesta quantia de:

Para regressar, deverá realizar exatamente o mesmo percurso, agora no sentido inverso.

Já o terceiro dia foi reservado para visitar a Cidade Proibida, Palácio de Verão e o Templo do Céu.

Hard Way ou Easy Way, você escolhe!

Vamos à Hard Way

Numa cidade gigante como Pequim, com os transportes públicos a abarrotar de pessoas, visitar as principais atrações num dia não é tarefa fácil. É nos exigida muita determinação e sentido de orientação.

Cidade Proibida

Horário: Abril a Outubro, 8h30 – 17h, última entrada às 16h10. Novembro a Março, 8h30 – 16h30, última entrada às 15h40. Fecha às Segundas-feiras.

Preço: Cidade Proibida, Abril a Outubro, 60 Yuan ; Novembro a Março 40 Yuan. Treasure Gallery / Hall of Clocks, 10 Yuan.

As entradas podem ser adquiridas até dez dias antes da visita. Site Oficial.

Para conseguir comprar online, é necessário compreender chinês, uma vez que no site não existe versão em Inglês, bem como ser detentor de cartão de crédito e número de telefone chinês.

Se não cumprir estes requisitos, resta-lhe tentar comprar no local, habilitando-se que os mesmos estejam esgotados ou, comprar online a uma empresa credenciada.

Existem duas maneiras de aceder à entrada do complexo da Cidade Proibida. Pela porta central da praça de Tiananmen, onde após a cruzarmos teremos ainda de percorrer 600 metros até à entrada principal, ou pela zona do portão Este e Oeste que nos obriga também a percorrer cerca de 500 metros até à mesma entrada.

Visitar a Cidade Proibida requer algumas horas, pois só de comprimento a mesma tem cerca de um quilometro.

A saída é efetuada pelo portão Norte.

Se tiver tempo, aconselho que suba ao topo do Parque Jingshan, onde terá uma vista privilegiada da Cidade Proibida.

Palácio de Verão

Existem 5 portas de entrada para o Palácio.

Para quem chega de metro, existe a estação Xiyuan, que dá acesso às entradas New Palce Gate, East Side Gate e East Palace Gate, enquanto a estação Beigongmen dá acesso às entradas North Palace Gate e West Palace Gate.

Horário e preços:

Se optar por visitar o Palácio na integra, vai necessitar de uma tarde.

Templo do Céu

Apesar de existirem várias entradas, recomendo a entrada “East Heavenly Gate” fica ao lado da paragem do metro Tiantan East Gate.

Horário e preços:

Agora a Easy Way

Compre um Tour pela internet ou diretamente no hotel e não terá de se preocupar com nada. O valor ronda os 280 Yuan por pessoa, inclui visita à Cidade Proibida, Palácio de Verão e o Templo do Céu.

Não deixe de visitar a Rua Qianmen e provar o famoso Roast Duck num dos muitos restaurantes locais.   

Como o tempo passa a voar, era tempo de regressar e fazer a minha última viagem em solo chinês em direção ao aeroporto.

Existem dois grandes aeroportos em Pequim, o antigo PEK (Aeroporto Internacional de Pequim), e o moderníssimo Beijing Daxing (PKX), com o maior terminal aeroportuário do mundo num único edifício.

Para quem entra ou sai pelo antigo Aeroporto, o acesso ao centro da cidade faz-se de comboio (Airport Express), pela estação de metro Dongzhimen. O preço da viagem é de 25 Yuan e demora cerca de 20 minutos.

Já pelo novo aeroporto, a ligação é feita pela estação de metro Caoqiao. O preço é de 35 Yuan, e demora 19 minutos.

Informações adicionais

Moeda local  – Yuan Renmimbi (CNY)

Preço do visto 60€ + Taxa Consular 55€ (normal). Toda a informação AQUI de como solicitar o visto.

Como os chineses pouco ou nada falam outra língua, convém levar os nomes dos locai (como hotéis, estações, aeroportos para onde nos dirigimos) escritos em chinês.

Somente consegue cambiar dinheiro nos bancos.

Ao utilizar táxis solicite sempre o uso do taxímetro.

Se viaja para a China nos meses de verão, marque os seus hotéis e transferes com antecedência, pois habilita-se a não haver disponibilidade.

A maioria dos Hotéis querem uma caução em dinheiro ou cartão de crédito.

Utilize língua gestual para se fazer entender com os chineses. Ao contrário do que pensamos, estão sempre disponíveis para nos ajudar.

Em solo chinês o WhatsApp não funciona corretamente, devido às restrições do Governo Chinês, somente se consegue enviar mensagens de texto. Os locais usam o Wechat, aplicativo semelhante ao WhatsApp.

Não existe Uber, mas sim DiDi.

Não existe Google, utilize o Maps.me

Os Chineses raramente andam com dinheiro, realizam os pagamentos sempre com uma aplicação de pagamento móvel.

– A, C, I, tomadas 220V

OUTROS DESTAQUES:

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