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Goa, Cochim e Munnar

Mercado Pangim

Quem nunca sonhou em redescobrir Goa e o legado deixado pela colonização portuguesa.

Nas próximas linhas viaje comigo, enquanto faço uma breve descrição da minha passagem pelos estados de Goa e Querala (Kerala). 

GOA

Caleidoscópica do cruzamento da cultura indiana e portuguesa, adoçadas com sol, mar e areia, Goa é hoje a pérola da Índia.

Cheguei a Goa proveniente de Delhi ao início da manhã. Primeira decisão, para onde ir, Vasco da Gama ou Pangim? Como bom português que me prezo, dirigi-me para Pangim ou Panjim como preferirem, onde o nosso legado está mais presente do que nunca.

Existem várias companhias de táxi a operarem no aeroporto de Dabolim (Goa), com diversos preços, tabelados consoante o destino pretendido. Uma viagem para Vasco da Gama situado a 5km do aeroporto, custa em média 150 Rupias, já para Pangim a cerca de 30km custa, em média 900 Rupias. No hall de chegadas do terminal do aeroporto, deverá escolher a companhia de táxi que pretende (com ar condicionado ou sem), realizar o respetivo pagamento e dirigir-se para a fila do táxi.

Poderá também realizar a viagem de autocarro. Tem dois destinos à escolha, Pangim (100 Rp) ou Calangute (150 Rp).

Estabelecida a base em Pangim (capital do estado de Goa), era tempo de explorar a zona e daí visitar Velha Goa, Vasco da Gama e as ininterruptas praias de areia dourada de Arambol (a Norte) até Agonda (a Sul).

O primeiro impacto que tive quando comecei a calcorrear as ruas de Pangim, foi que estava novamente em Portugal. São ruas, cafés, lojas, igrejas, praias, tudo com nomes portugueses. 

Pela tarde, fiz uma pequena passeata pela cidade mais populosa de Goa, Vasco da Gama, cujo nome foi dado em homenagem ao nosso navegador. Fundada em 1543, permaneceu sobre domínio português até 1961, data em que Goa foi anexada à Índia.

Acabei a noite a jantar no The Fisherman´s Wharf Pangim, onde ingeri o meu primeiro naco de bife desde que estava na Índia.

A manhã do segundo dia foi reservada para ir visitar a Velha Goa. Pode optar por alugar um carro (1.100 Rp p/dia) ou uma scooter (400 Rp p/dia), ou fazer o que eu fiz, apanhar o autocarro em Pangim na zona do terminal (Pangim Bus Stand). O custo do bilhete são 15 Rupias, por percurso, e demora cerca de 30 minutos. A paragem na Velha Goa é mesmo em frente à Sé.

Em impressionante estado de conservação, o legado português presente no local é hoje Património Mundial da Humanidade, declarado pela UNESCO.

Visitei o convento e Igreja de São Francisco de Assis, a Sé, Igreja nossa senhora do Rosário, Torre de Santo Agostinho e o que resto do convento, Convento de Santa Monica, Igreja do Monte, capela São Francisco Xavier, e claro está, a Basílica do Bom Jesus, tudo construído pelos portugueses que, atraídos pelo exótico Oriente e pela promessa de rotas lucrativas das especiarias, navegaram para estas paragens em 1510.

Pela tarde e após regresso a Pangim, acabei por contratar um Tuk-Tuk (1.000 Rp) para ir visitar a Fortaleza dos Reis Magos, Forte de Aguada e as praias a norte de Pangim.

O fim de tarde foi passado na praia de Candolim, onde assisti à gravação in loco de algumas cenas de um filme indiano.

Pela noite, entrei num dos muitos casinos flutuantes que se encontram ancorados no meio do Rio Mandovi. Para aceder a estes casinos dirija-se aos cais de Panjim, lá escolha o casino que pretende e pague a taxa de 500 Rupias que lhe dá direito a bebidas e comida no seu interior. A ligação do cais ao barco demora meia dúzia de minutos. Já dentro do navio Casino… divirta-se!

Há… falta uma coisa muito importante, existe Dress Code, é obrigatório sapatos e calças, não podemos ir de chinelos e calções.

Pelo terceiro dia decidi mudar de ares e estabelecer a minha base na zona de Calangute, numa das muitas praias a norte de Pangim. Tinha duas opções para realizar esta deslocação, táxi ou autocarro. Acabei por negociar um táxi por 400 Rupias. Se optar por ir de autocarro, os mesmos saem da estação central (Pangim Bus Stand) e têm como destino todas as praias a norte de Pangim.

Fiquei instalado num pequeno hotel, com vistas para o mar, não muito longe do cruzamento da Rua Calangute com a Rua Baga.

Se não fosse pela diversidade cultural, diria que estamos numa qualquer zona balnear do nosso querido Algarve 😊.

Acabei por presenciar algo insólito, as vacas ao findar do dia dirigem-se sozinhas para a praia onde pernoitam. Já pela manhã, às primeiras horas, é vê-las retornarem à cidade.    

Passei mais um dia a banhar-me nas águas do Mar Arábico.

Com o sol a desaparecer no horizonte era tempo de ir para Cochim. Apanhei um autocarro com destino ao aeroporto na zona do campo de futebol de Calangute. O preço são 150 Rupias, e demora 1h30 até ao aeroporto. Este autocarro, no seu percurso, faz uma paragem na estação central de Pangim.

COCHIM

Cheguei a Cochim já passava da uma da manhã.

Principal porta de entrada para o estado e coração de Querala (Kerala), cidade portuária, Cochim atrai viajantes para as suas praias há mais de 600 anos. No centro de um lucrativo comércio de especiarias e de chá, foi e continuará a ser um grande porto comercial.  

Com mais de 3.000 milhões de habitantes, com um trânsito infernal, Cochim consegue, contudo, ser um lugar agradável para se explorar.

Cidade com uma atmosfera descontraída, com uma intrigante mistura de culturas e legados históricos (portugueses, holandeses e britânicos), fazem de Cochim um forte atrativo turístico.

Como ir do aeroporto de Cochim para o centro

Do aeroporto ao centro (Fortaleza de Cochim), que é normalmente o primeiro ponto de paragem para os seus visitantes, são 45km, que normalmente demora, sem trânsito, cerca de 1h e com trânsito mais de 2h. Existem duas opções para realizar o percurso: autocarro ou táxi.

O autocarro para a Fortaleza de Cochim, custa 88 Rupias, mas existem autocarros para quase todos os destinos.

Os táxis têm preço tabelado. Deverá dirigir-se ao balcão Pre-Paid táxi, no terminal de chegadas. O preço de uma viagem para o Forte de Cochim custa 1.200 Rupias.

Como era madrugada, optei por ir de táxi, pois já estava a dever algumas horas de sono à cama.

Fiquei alojado às portas do forte, onde foi erigido em tempos o colonato português.

Pela manhã, comecei por passear na Jew Town Road em pleno bairro judeu, onde visitei o Palácio Holandês (Manttancherry Palace ou Dutch Palace), e a Sinagoga Judaica (Paradesi Synagogue).

Não deixe de visitar também alguns armazéns de especiarias.

Almocei no Ginger House (The Museum Restaurant) embalado pelo suave fluir das águas e com uma vista soberba.

Seguiu-se visita à Igreja de São Francisco (entrada grátis), antigo local de repouso do nosso navegador Vasco da Gama. Os restos mortais estão agora sepultados no Mosteiro dos Jerónimos.

No cais, cruzei de barco (ferry) de Cochim para Vypin (6 Rup ida e volta), e fui admirar de perto as redes gigantes de pesca chinesas. Estruturas permanentes, suspensas por redes de corda, varas de bambu e pesos de balanceamento, tudo manuseado por meia dúzia de pescadores que tentam, sempre que as baixam, capturar peixe.

À medida que a tarde dá lugar à noite, as praias de Mahatma Gandhi e do Forte Kochi enchem-se de gente para molhar os pés e comtemplar o pôr-do-sol. Jantei no local num dos muitos restaurantes de peixe (300 Rp). O peixe que comi foi apanhado na hora por uma das redes chinesas.

Para terminar a noite em beleza, fui comer a sobremesa ao Loafers Corner Café, uma excelente fatia de bolo de chocolate.

Para o meu segundo dia, tinha reservado um passeio pelas Backwaters (águas estagnadas ou águas paradas). Verdadeiro “cartão postal”, as represas de Querala, são uma rede de lagos, lagoas, rios, canais e enseadas todas conectadas entre si, que formam uma hidrovia labiríntica de centenas de quilómetros, paralela à costa do Mar.

Várias companhias oferecem passeios de barco pelo local, com custos bastante exorbitantes. O principal ponto de saída de barcos é em Alappuzha, a sul de Cochim. É ainda possível pernoitar em alguns desses barcos (houseboats). 

Eu paguei 1.000 Rupias por um dia de passeio, que valeu não só pela paisagem, mas principalmente pelo convívio e amizades que acabei por fazer.  

Após regresso do passeio, fui assistir a um espetáculo local de dança tradicional indiana. Kathakali, peça teatral que se distingue pelas máscaras e maquiagem colorida que os atores masculinos tradicionalmente usam. Vale o dinheiro que paguei (350 Rp).

É uma forma de arte multidimensional que reúne teatro, música, percussão, figurinos e poesia numa proporção rica. Ao longo de quatro séculos, o kathakali evoluiu magnificamente, mantendo firmemente sua identidade keralita.

Terceiro dia, decidi mudar de ares 😊 e fui para sul, em direção a Alappuzha.

Apanhei um Tuk-Tuk (700 Rp.) e fui para Marari Beach. Passeio o dia a tostar e a dar mergulhos.

MUNNAR

Pelo quarto dia, era altura de rumar ao interior do território para ir visitar a terra do chá, Munnar.

Dirigi-me de tuk-tuk (300 Rp) para Alappuzha, onde apanhei o autocarro em direção às montanhas. O autocarro sai da estação central, mas pode ser apanhado em diversos pontos, espalhados pela cidade.

A viagem demorou cerca de 4 horas, com uma paragem a meio do percurso para esticar as pernas e ida ao WC. Custo do autocarro, 177 Rupias.

Com a aproximação a Munnar, a paisagem torna-se linda de morrer em todas as direções. O cenário é estonteante e exuberante, contudo as estradas são muito perigosas, pois em alguns locais é impossível cruzarem duas viaturas ao mesmo tempo.

Passado o perigo das ravinas da montanha, e chegado ao centro de Munnar, onde o trânsito é completamente caótico, era tempo de procurar alojamento, comer alguma coisa e contratar, para o dia seguinte, um guia local para passear e conhecer a zona.

Munnar, é hoje a maior região produtora de chá do sul da Índia. São hectares sobre hectares de sebes ornamentais com mil tons de verde, emaranhados e esculpidos em plena serra acima das nuvens.

Comecei a visita às plantações de chá às 7h da manhã, e terminei às 13h. Paguei 1.300 Rupias pelo serviço do carro. Nas plantações não se paga.

Após almoço, apanhei o autocarro com destino a Cochim.

Se pretender seguir viagem para o lado este da Índia, deverá apanhar o autocarro com destino a Madurai. Aqui chegado terá ligação a quase todas as cidades do litoral.

Foram 4h30 de viagem até Vyttila, bem no centro da cidade de Cochim. Paguei 110 Rupias. Em Vyttila (Bus – Estação Central), apanhei outro autocarro com destino ao Forte de Cochim (40 Rp). Se, no regresso de Munnar, pretender ir diretamente para o aeroporto, procure um autocarro que passe em Aluva, pois é a área mais perto deste. 

Pernoitei novamente em hotel nos arredores do Forte de Cochim.

Aproveitei a manhã do dia seguinte para conhecer mais um pouco da cidade, e acabei por entrar num cinema para assistir a um filme. É de salientar que mulheres e homens no cinema sentam-se em lugares separados. 😊

Entretanto, já estava na hora de ir para o aeroporto. Apanhei o autocarro na zona do Forte (88 Rp) que demorou 2h.

Era tempo de rumar a outras paragens.

Informações adicionais

– Turistas que adquiram os bilhetes de entrada em museus e monumentos, com cartão de crédito, normalmente o preço é mais económico do que se for pago a dinheiro. Também existem quase sempre duas filas para comprar bilhete, uma para os locais e outra para os turistas.

– Tenha em atenção os seus pertences, em zonas de muita gente mantenha os seus valores bem resguardados.

– Não se esqueça de regatear os preços

– Conduz-se pela esquerda

– É necessário visto de entrada. Pode solicitar o e-visa online.

– Existem vários tipos de visto, sendo o mais comum, entre os turistas, o de 30 dias com dupla entrada no território. Preço 80$

– Máximo de levantamento em ATM, 10.000 Rp. O banco CBI (Central Bank of India) não cobra taxa de levantamento. 

– C, D, M , tomadas 230V

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