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Cidade do Cabo, África do Sul

Cidade do Cabo

Quando proferimos palavras como África do Sul, Joanesburgo, Cidade do Cabo, qual a primeira coisa que nos vem à cabeça? Talvez Apartheid, Nelson Mandela…

Aqui fica o relato da minha passagem por esta incrível cidade, um dos emblemas da persistência e perseverança do ser humano.

Estavam as estrelas a dar lugar à claridade, quando aterrei no aeroporto internacional de Cape Town.

A primeira coisa que fiz, e que nunca se deve fazer no aeroporto, foi trocar dinheiro numa das muitas casas de cambio ao nosso dispor no aeroporto, pois toda a gente sabe que as taxas cobradas são mais elevadas. Mas teve de ser, estava com um problema com os meus cartões de crédito. Já agora fica a dica, não troque dinheiro na zona das bagagens. 

Como ir do aeroporto para o centro da cidade

Existem apenas duas maneiras de ligar o aeroporto ao centro, são elas: autocarro ou táxi.

O autocarro, com partidas a cada 20 minutos, funciona desde as 5h da manhã até às 21h30, demora cerca de 25 minutos até ao centro (Civic Center Bus Station), ao lado da estação de comboios. Tem um custo que oscila entre 50 e os 100 Rand, dependendo do destino e hora do dia.  

Já o táxi, a viagem demora em média 20 minutos até ao centro da cidade, tem um custo que oscila entre o quanto você conseguir regatear ou não. Em média são 200 Rands por táxi (para um bom regateador).

Eu optei pelo autocarro, uma vez que o hotel que eu tinha marcado localizava-se na zona da estação de comboios, bem no centro da cidade.

Pousadas as coisas no hotel, estava na hora de visitar a capital legislativa da África do Sul. Fundada em 1652 pelos holandeses, é a cidade mais visitada do continente africano.

Comecei por passear pela Long Street, para contemplar os seus belos edifícios vitorianos, segui para a Greenmarket Square, um marco histórico da cidade de Cape Town. Visitei a Catedral de São Jorge, cujo nome foi atribuído porque o inicio da construção coincidiu com o dia do santo (S.Jorge), contemplei parte do Muro de Berlim em plena via pública, oferecido a Nelson Mandela pelos alemães e colocado ali para lembrar o aparthaid. Seguiu-se o Tribunal, os bancos para pessoas brancas e para pessoas negras, que nos fazem transportar para outras realidades, não muito distantes.

Cruzei o jardim para contemplar a estátua de Cecil John Rhodes, o eterno empreendedor e colonizador britânico, cujo sonho era construir a ferrovia que iria ligar o Cairo (Egipto) à cidade do Cabo.

Mais uns metros e estava a contemplar o Tuynhuys construído pelos holandeses e amparado pelos deuses Neptuno e Zeus. Avancei para o antigo parlamento da África do Sul, com os seus tijolos numerados e que não é usado para nada.

Terminei a visita ao centro da cidade na zona da câmara municipal, dei uma volta pelo castle of Good Hope, antiga prisão, apreciei a replica do Big Ben e a estátua de Nelson Mandela – símbolo da resistência contra o apartheid – exposta na varanda da Câmara Municipal.

Aqui fica uma dica: para quem gostar de História, inclua-se num dos vários grupos (Walking tour) que todos os dias andam pela cidade e que nos contam pormenores sobre a mesma. É grátis e somente dá o donativo que quiser. Normalmente começam na zona da Greenmarket Square. Se tiver dúvidas pergunte no seu hotel.

Greenmarket Square

Pela tarde, segui a pé para o  V & A Waterfront, um misto de zona portuária com restaurantes, centro de compras e entretenimento.

É precisamente neste local que apanhamos o barco para a Ilha de Robben, prisão onde Nelson Mandela cumpriu parte da sua pena (18 anos) de 27 anos com outros vários detidos políticos. O local é hoje património Mundial da Unesco.

Como visitar a Ilha de Robben

Como já tinha efetuado a reserva pela internet, simplesmente desloquei-me ao edifício principal situado no porto, e “voilà” passado uns minutos estava apanhar o barco com destino à Ilha. Existem 4 horários de visita, às 9h, 11h, 13h e 15h. O tour completo leva cerca de 3h30, o que inclui as deslocações de barco. Atenção aos enjoos 😊

Se pretende visitar a ilha, aconselho a marcar com alguma antecedência, normalmente está sempre esgotado. Bilhetes para Ilha de Robben

Após o regresso acabei por jantar num dos muitos restaurantes do V & A.

Para o segundo dia tinha reservado as cerejas no topo do bolo:

Table Mountain e Cabo da Boa Esperança

Comecei a minha manhã a subir ao topo da montanha (Table Mountain).

Cinco maneiras para ir visitar o penedo: Autocarro, táxi, Uber, transfere privado ou Hop on Hop Off.

De autocarro terá de apanhar o 106 ou o 107 (Adderley Street, em frente à estação), demora cerca de 15 minutos e terá de sair na paragem Kloof Nek. Após descer do autocarro corte à sua esquerda para a estrada, no sentido Table mountain e procure a paragem do autocarro nº110. Mais cinco minutos de viagem e está à porta do teleférico que dá cesso a Table Mountain (Paragem Upper Tafelberg).

A viagem de Uber, quer seja uberBlack ou uberX, é extremamente económica, somente tem de instalar a app.

Táxi: cobram entre 10 a 20 Rands por quilometro, é só fazer as contas 😊. Podem sempre negociar o preço antes.

Outra solução, que não deixa de ser económica, é comprar o passe de um dia para o Hop on Hop off, custa cerca de 9€. O autocarro panorâmico tem ainda a vantagem de passar em circuito pela zona poente da cidade, da qual destaco uma das zonas mais INN´s, Camps Bay Beach, com vários restaurantes de qualidade e com vista.

Para os mais aventureiros é sempre possível realizar um trekking ao e pelo topo da Table Mountain. Existem vários trilhos por toda a montanha.   

Aviso: O teleférico da Table Mountain nem sempre tem o mesmo horário e encerra muitas vezes sem aviso prévio, devido as alterações climatéricas. Convém antes de ir saber ao certo se está a funcionar e qual o horário.

Eu optei pelo Hop on Hop Off, pois permitiu-me almoçar na zona do Camps Bay Beach antes de rumar ao nosso e único Cabo da Boa Esperança.

Como visitar o Cabo da Boa esperança, Cape Point e a Praia de Boulders (Pinguins)

Local emblemático e de homenagem a Bartolomeu dias e Vasco da Gama.

Na realidade não faltam soluções para visitar o Parque Nacional Table Mountain (Cabo da Boa Esperança), quer seja por excursão organizada, táxi, Hop on Hop Off, e até mesmo de comboio. Como um bom aventureiro que sou, optei pela ida de comboio e a subsequentemente toda aquela adrenalina de não saber o que me espera.

Ao início da tarde estava na estação central para apanhar o comboio, com destino a Simon’s Town. O bilhete custa a módica quantia de 33 Rands, cerca de 1,70€. Os últimos quilómetros do percurso do comboio são realizados junto ao mar, o que nos proporciona uma paisagem fenomenal.

De Simon´s Town (última estação do comboio) ao Cabo, separam-nos cerca de 25 km, que terão de ser realizados de carro. Para isso terá de negociar no local um transfere, pode ser táxi ou melhor ainda um serviço privado. A HGTS Tours, empresa de transferes está situada ao lado da estação. Aí poderá negociar o transfere. Em média, o custo por pessoa são 300 Rands, mas se for em grupo o valor baixa substancialmente.

A juntar a estas despesas terá de ter em conta que: para entrar no Cape Point terá de desembolsar 147 Rands, no local se quiser subir de funicular são mais 70 Rands e para visitar os pinguins terá ainda de somar mais 76 Rands.

O circuito demora, em média, cerca de 4 horas para visitar o Cabo da Boa Esperança, o Cape Point e a colónia de Pinguins da praia de Boulders.

Se somente pretende visitar a colónia de pinguins, não irá necessitar de contratar carro nenhum, pois a praia com os pinguins está a cerca de 2,5Km da estação. É um pequeno passeio pedonal.

Praia de Boulders

É ainda possível, na zona do Cape Point, realizar algumas caminhadas de cortar a respiração.

Com o findar do dia regressei à Cidade do Cabo.

Para o dia seguinte tinha reservado a ligação de comboio a Joanesburgo.

Quem tiver mais algumas horas, ou mesmo dias para esta incrível cidade, aqui fica uma lista do que mais poderá visitar e saborear…

Quanto a comida, o prato favorito dos sul africanos é sem sombra de dúvida o frango. Económico e rico em proteínas, é o pilar da sua alimentação.

Restaurantes tipo KFC, e outras marcas vendedoras de frango, aglomeram-se nas ruas, chegando mesmo a estarem dois KFC quase em frente um ao outro.

Mas nem somente de frango vivem os sul africanos, aliás, outros tipos de carne são a estrela da cozinha africana, como o cordeiro, avestruz, todos os tipos de caça, Biltong (carne seca), droëwors e boerewors (salsichas).

As culturas Africanas e Afrikaans têm o braai’s (churrascos) fortemente enraizados no seu reportório culinário. Os churrascos são uma parte tão importante na cultura da África do Sul que até tem o seu próprio Dia Nacional, Dia do Braai a 24 de Setembro, onde todos os Sul Africanos unem-se em torno do Barbecue.

Como em outras cidades costeiras espalhadas pelo mundo, não podia faltar os frutos do mar e o Snoek (peixe da região), servido de diversas maneiras, em particular a defumada temperada com alho e manteiga.  

Quanto a bebida, porque não passear por um dos lendários vinhedos da região e provar o seu distinto néctar. “THE WINELANDS” são inúmeras as ofertas, existem tours de meio dia e de um dia.

Safáris, noturnos, diurnos de um ou mais dias, existem para todos os gostos e estão a duas horas de distância.

De Junho a Novembro, poderá realizar um tour para ver baleias. Durante todo o ano poderá (com jaula e sem jaula) contemplar o grande tubarão branco.

Outra das grandes atrações são os jardins que proliferam pela área, no qual se destaca o Kirstenbosch National Botanical Garden, dedicado à flora nacional, este situado aos pés da Table Mountain. Já o Arderne Gardens, a 4 km de distância, destaca-se pelas suas árvores exóticas.

Bo-Kaap, aglomerado de edifícios brilhantes, anteriormente conhecido como Bairro Malaio, abrigava muitos dos escravos que trabalharam para os colonialistas holandeses do século XVII. Foi um dos poucos bairros na cidade a escapar da destruição causada pelo apartheid. Neste local poderá ainda apreciar a Mesquita Auwal na Dorp Street. Não deixe de visitar a loja de especiarias Atlas Trading Company.

Kalk Bay, pequeno e pitoresco porto de pesca a meia dúzia de quilómetros de Simon´s Town. Comtemple as focas e as embarcações de pesca que chegam com as suas capturas diárias. Restaurantes e lojas de antiguidades fazem deste local uma visita obrigatória.

Quanto a arte e cultura, também existem bons locais para visitar. O teatro The Fugard, Galeria Nacional da Africa do Sul, Iziko Slave Lodge, o museu Jetty 1, o museu de arte contemporânea Zeitz, e não podia deixar de mencionar Woodstock, colorido bairro da classe trabalhadora, ao lado do centro da cidade, revitalizado com galerias, estúdios de artistas, boutiques e restaurantes.

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