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Deli a Calcutá

O que visitar em Agra

Quem nunca sonhou em visitar a Índia? Contemplar o famoso Taj Mahal, visitar a cidade sagrada (Varanasi), banhar-se no Ganges ou mesmo conhecer o local onde Buda atingiu a iluminação!

Mescla de templos, cores e sabores, emoldurada a norte pelos Himalaias, a nascente por Bengala, a poente pelo Mar Arábico e a Sul pelas cristalinas águas azuis do oceano Indico, a Índia impressiona com as suas sumptuosas paisagens, crenças espirituais, festivais e tradições.

Caótica em toda a sua plenitude, onde até um viajante veterano em algum ponto fica com os nervos em franja, ninguém fica indiferente à Índia dos tempos modernos …. amamo-la ou detestámo-la. 

Aqui fica o relato desta minha aventura na terra do mistério e da biodiversidade, pelos estados de Uttar pradesh, rajastão, bihar e Bengala Ocidental.

DELI

1450 A.C. os Pandavas fundam Indraprastha (zona próxima onde é hoje a actual Delhi).

1206 é fundado o Sultanato de Delhi pelo general Qutb-ud-Din.

1603 Delhi torna-se a capital do Império Mongol.

1638 começa a construção da que é hoje conhecida por Old Delhi, pelo Império Mongol.

1803 os britânicos conquistam parte da Índia, sendo nessa data Calcutá a capital.

1857 os Ingleses conquistam Delhi e anexam os restantes territórios mongóis à índia britânica.

1911 os Ingleses transferem a capital de Calcutá para Delhi.

1947 a Índia torna-se independente.

Delhi está dividida em Old Delhi e New Delhi, sendo a Old Delhi completamente caótica, onde as ruas e as casas cresceram sem nenhum planeamento e onde se concentra a grande parte do património arquitetónico.

Já a new Delhi, planeada e criada para projetar a Índia para o futuro, encontra-se repleta de grandes edifícios.

Eu comecei por aterrar em Delhi (Aeroporto Internacional Indira Ghandi), era já noite cerrada proveniente de Bangkok.

Como ir do aeroporto para o centro da cidade

Metro (Airport Express) – O primeiro Metro sai às 04h45 e o último às 23h30, o custo até ao centro (New Delhi) é de 60 Rupias. Existem máquinas automáticas (TIM) no aeroporto onde poderá comprar o bilhete evitando assim grandes filas nos balcões. 

Autocarro – Transporte mais utilizado pelos locais, ligam o aeroporto às partes centrais da cidade com um preço a rondar entre as 25 e as 100 Rupias por trajeto. Funcionam 24 horas 7 dias da semana. Se pretender utilizar este meio de transporte, que eu não aconselho (somente se conhecer muito bem a cidade), deve apanhar primeiro o autocarro que faz a ligação do Aeroporto ao Terminal de Autocarros e depois escolher no local o autocarro que lhe convém.  

Táxi – É a solução mais utilizada, mas também a mais dispendiosa. Em média o custo de uma viagem até ao centro são 450 Rupias. Existem várias companhias de táxis a praticar preços semelhantes. Tem ainda influencia no preço se o táxi possui ar condicionado ou não. O valor do Táxi é definido pelo número de quilómetros que iremos percorrer (1 Km = 14 Rupias s/ar condicionado e 16 Rupias c/ar condicionado), contudo o valor cobrado aos turistas é sempre superior aos dos locais, não fique admirado pois é prática corrente.

Se pretende utilizar o táxi, fica aqui o meu conselho, antes de sair do aeroporto troque dinheiro para a moeda local, já no exterior do aeroporto, existem vários pontos de venda onde terá de se dirigir para comprar e pagar o táxi. Procure o ponto de venda que a fila esteja composta por Indianos, leve consigo escrito num papel o nome do hotel, zona para a qual pretende ir e um ou dois pontos de referência no local. Tenha por base o preço de uma viagem para a zona da Estação New Delhi, que são cerca de 450 Rupias.

Fiquei alojado a escassos metros da estação de New Delhi. Após uma noite mal dormida lá comecei a minha incursão pela cidade. Apanhei um Rickshaw motorizado à porta do hotel (100 Rupias, cerca de 1,30 € para um percurso de 4 Km), similar a um qualquer Tuk-Tuk, para me levar até à joia arquitetónica que é o Forte Vermelho (Red Fort). A minha primeira aventura nesse dia foi a compra do bilhete. No local existem duas filas, uma para os Indianos que normalmente se estende por centenas de metros e outra para os turistas cuja fila pouca gente tem. O preço da entrada é de 250 Rupias.

Após a visita, decidi ir explorar a pé os bazares da parte velha da cidade. Entre um mar de gente e vendedores locais, lá foi eu rasgando caminho por entre a multidão. Solicitado por diversos Rickshaw bicicleta a realizar um passeio, acabei por ceder à tentação e combinei com um guia (ciclista) local, uma hora de passeio pelo preço de 100 Rupias. A vantagem foi ter-me levado a um local onde no topo de um edifício consegui ter uma vista deslumbrante de toda a zona envolvente. Já a desvantagem, como qualquer vendedor tentou impingir-me alguns produtos locais.

Seguiu-se, visita à mesquita Jama Masjid (entrada grátis), uma das maiores da Índia e de uma beleza simplesmente extraordinária. Se quiser tirar fotografias no local terá de desembolsar 300 Rupias. 

Era hora de almoçar e de “carregar baterias”. Para fugir da confusão fui para a zona de New Delhi (central Park – Rajeev Chowk), local onde grande parte da elite e não só fazem as suas compras. Os melhores hotéis, lojas, restaurantes estão no local. Para realizar o percurso apanhei um Tuk-Tuk (100 Rupias) amarelo pois são os únicos que podem circular na zona de New Delhi.

Almoçado, segui a pé para o observatório astronómico Jantar Mantar, construído pelo Marajá Sawai Jai Singhji de Jaipur no Século XVIII. Custo da entrada é de 250 ou 300 Rupias dependendo do desconto 😊

Segui para o poço Ugrasen Ki Baoli, considerado o mais bonito poço de Delhi, cujo propósito de construção foi o armazenamento de água. Entrada grátis.

Com o findar do dia, era tempo de rumar à Porta da Índia (India Gate), Arco do Triunfo construído pelo arquiteto Lutyens, onde podemos prestar homenagem aos soldados indianos caídos na primeira grande guerra e guerras Afegãs. Como era domingo estavam milhares de pessoas no local, uns a ver o render da guarda e outros a jogar Cricket.

Última visita do dia, o forte Purana Qila, que para meu espanto já estava encerrado. Preço da entrada 250 Rupias com cartão de crédito ou 300 em dinheiro. Restou-me passear pelo lago adjacente ao forte e mesmo assim tive de desembolsar 20 Rupias.   

Não deixe de visitar o maior templo Hindu Ashkardam e o Humayun´s tomb.  

JAIPUR

Na manhã seguinte tinha como destino Jaipur. Foi a minha primeira viagem de comboio, demorou cerca de 5 horas e 30 minutos e para meu espanto, sem atrasos. Sobre como comprar bilhetes e andar de comboio na Índia, existe AQUI uma rubrica pormenorizada.

Apanhei o comboio na Estação Sarai Rohilla, uma das cinco grandes estações de Delhi, eram 09h20. Fiz a viagem acompanhado de um grupo de jovens indianos que se dirigiam para um casamento com os quais conversei animadamente, ficando a conhecer um pouco mais da cultura e tradições.

Chegado a Jaipur, era tempo de pousar as coisas no hotel e ir explorar a cidade. Como reservei o hotel estrategicamente perto da estação, fui a pé e não tive de gastar dinheiro na ligação.

Conhecida como a Cidade Cor de Rosa, capital do Rajastão, Jaipur é a porta de entrada para o mais exuberante estado da índia, e o paraíso das compras.

Como primeiro impacto temos a cor da cidade, daí o nome “Pink City”. Depois temos o asfixiante transito, enxames de motos, camelos e rickshaw que obliteram tudo por onde passam. Temos ainda as ruas e ruelas apinhadas de comerciantes e transeuntes, e por fim, temos camelos, ovelhas, macacos e vacas no meio das ruas!

A contrastar com a cacofonia e o caos temos uma cidade majestosa. Apanhei um Tuk Tuk, para a zona central (Palácio da Cidade), para a partir daí percorrer e conhecer melhor a cidade. Deambulei por entre algumas ruelas, visitei o templo Thikana, e ainda encontrei um indiano vendedor de pedras preciosas, que já tinha estado em Portugal, mais propriamente em Braga, a negócios o qual me convidou a conhecer a sua loja, onde bebemos um chá.

Ao terminar o dia acabei por jantar num restaurante vegetariano, como são quase todos, pegado ao hotel o qual servia umas pizzas e uns noodles muito bons. O restaurante (Atithiya) era tão agradável que voltei lá no dia seguinte.

Pelo segundo dia em Jaipur, era então altura de conhecer as principais atrações da cidade. Negociado um Tuk-Tuk por 8 horas (700 Rupias), mais tarde verifiquei que com 400 Rupias faria a mesma coisa, com paragem nos principais pontos turísticos, lá fui em direção à árida região montanhosa que circunda a cidade, onde se encontra o Forte Amber, conto de fadas e principal atração de Jaipur.

Forte Amber ou Forte Amer, as duas designações estão corretas. Localiza-se a 10 km de Jaipur, outrora residência real, este forte é simplesmente magnífico.

A entrada no Forte custa 500 Rupias. Para quem não quiser subir a pé a montanha existe a possibilidade de realizar o percurso até ao pátio central no dorso de um elefante ajaezado (símbolo de realeza).

Não deixe de visitar a aldeia no sopé do forte (templo Jagat Shiromanni e o poço Panna Meena ka Kund).

Deixada para trás a região montanhosa, segui em direção à cidade de Jaipur. Parei no lago Man Sagar, para admirar o Palácio no lago, Jal Mahal. É sem dúvida alguma a visão mais serena no meio do caos de Jaipur. Este baixo e simétrico palácio flutua no meio do lago e transporta-nos para os tempos dos Marajás. Contudo não são somente coisa boas, o lixo em torno da margem do lago prolifera, tal como na maioria dos locais por onde passei.  

Próxima paragem, Forte Nahargarh. Solicitei ao meu motorista para seguir pela estrada forte Jaigarh, em direção ao planalto. Chegado ao topo, à direita podemos ir visitar o Forte Jaigarh (100 Rupias), à esquerda pela crista da montanha seguimos em direção ao Forte Nahargarh. A vista é deslumbrante!

Quanto ao Forte Nahargarh, também conhecido por “Tiger Forte” (200 Rupias), proporciona uma deslumbrante vista sobre a cidade bem como é o melhor local para apreciar o pôr-do-sol. Poderá ainda realizar um tour pelo antigo sistema de reservas de água de Jaipur (1.300 Rupias), com a duração de cerca de 2 horas.

Era tempo de regressar ao centro da cidade. Parei na rua Hawa Mahal, para poder apreciar as janelas da fachada do Palácio com o mesmo nome da rua, seguiu-se o Museu Albert Hall, e por fim visitei o Palácio da Cidade. A entrada no Palácio custa 700 Rupias e não inclui os Aposentos Reais. Para isso terá de desembolsar mais 3.500 Rupias.

Para quem tiver mais um dia em Jaipur, cidade de palácios, fortes, jardins e templos não deixe de visitar o Templo Galta Ji (Templo dos Macacos), o Patrika Gate, o Cenotaph, bem como a venda de flores dentro da cidade velha.

Não deixe de experimentar um Masala Chai (chá, leite e especiarias). Está em todo o lado!

Como eu somente estive um dia e meia tarde em Jaipur, aqui ficam as minhas sugestões para quem puder despender de dois dias completos:

Primeiro dia, comece por visitar o Palácio da Cidade (Royal Jaipur), pois o bilhete inclui visita ao Jaigarh Forte e ao Cenotaph. Contemple as janelas do Hawa Mahal e siga para o Templo Galta Ji (Templo dos Macacos). Rume em direção à zona do Museu Albert Hall e almoce no Masala Chowk (Food Court ao ar livre) nas imediações do mesmo. Após o almoço aproveite para visitar o Museu, passe pelo Patrika Gate, explore o mercado da cidade velha e termine o dia com um passeio de balão ou a saborear um masala chai.

Segundo dia, visite o Cenotaph utilizando o bilhete do Palácio, siga para o lago Man Sagar, para admirar o palácio no lago – Jal Mahal, continue viagem e visite o Amber Forte e a cidade ao sopé do mesmo. Almoce, avance para o planalto e visite o forte Jaigarh (entrada incluída no bilhete do palácio) e por fim visite o Forte Nahargarh, onde poderá contemplar o pôr do sol.    

Se está a pensar programar a sua viagem para o mês de Março, nas festividades do Holi, fique desde já a saber que Jaipur é inundada por elefantes enfeitados, vindos de todos os cantos do estado, para desfilarem pelas ruas da cidade. A estes juntam-se ainda camelos e cavalos também eles ornamentados com tecidos e jóias.

TIGRES DE BENGALA

Quando vemos uma fotografia de um Tigre de Bengala tirada na Índia, o mais provável é que tenha sido tirada no famoso Parque Nacional de Ranthambore, localizado a 140km de Jaipur.

Outrora local de caça dos Marajás de Jaipur, este parque é, desde 1973, uma das reservas do Projet Tiger, não sendo permitido qualquer tipo de caça.

Além de Tigres, alberga no seu interior leopardos, hienas, Veados, raposas, macacos, javalis e muitas outras espécies animais.

Outra das interessantes características presente no parque são o salpicado de ruínas, tais como Raj Bagh e o forte de Ranthambore, bem como os 3 lagos, Milak Talao, Padam Talao e Raj Talao, que enaltecem o local a visitar.

A visita ao Parque Nacional de Ranthambore, pode ser realizada somente em dois tipos de veículos, jeep de 6 lugares ou carrinha (Canter) de caixa aberta de 20 lugares.

Quanto à zona a visitar, terá de escolher entre as 10 existentes no local.

As zonas 1 a 5 têm o seu início no Jogi Mahal.

As restantes zonas (6 a 10), adicionadas mais recentemente ao Parque Nacional, estão situadas a sul de Sawai Madhopur.

Até há pouco tempo atrás somente era permitido aos visitantes passarem 3 horas e meia no parque (horário da manhã 6h às 9h30 e tarde 14h às 17h30, conforme a altura do ano), com um custo aproximado de 27€ por pessoa numa carrinha Canter de 20 lugares, 38€ pp em Jeep partilhado, e 200€ o aluguer da totalidade do jeep.

Agora, é permitido passar meio dia no interior do parque, que corresponde no máximo a 6 horas, sendo, no turno da manhã do nascer do sol às 12 horas e no turno da tarde das 12 horas ao pôr do sol. No caso de dia inteiro, máximo 12 horas, vai do nascer ao pôr do sol. Os preços são por jeep e rondam entre os 700€ e os 900€.  

Existem no local outros tipos de packages, que incluem alojamento. Para mais informações visite Parque Nacional de Ranthambore em: ranthambore.in ou ranthambore.com

Observação: O Parque Nacional de Ranthambhore permanece aberto de outubro a junho, fecha nos meses de Julho, Agosto e Setembro devido à estação das chuvas.

Se sonha e pretende realizar um pequeno safari para ver os Tigres de Bengala, sem gastar muito dinheiro, aqui fica a dica:

Faça uma ligação de comboio de Jaipur para Sawai Madhopur, existem aproximadamente 10 ligações por dia que demoram cerca de 2 horas e meia, com um custo de 2€.

Após chegar a Sawai Madhopur, fique alojado nas imediações da estação e reserve apenas uma noite de alojamento. Contrate, nesse mesmo dia, no hotel ou numa agência de viagens local, um tour (safari) de 3 horas e meia para a manhã do dia seguinte, o que lhe vai permitir regressar a Jaipur no final do dia.

Aos fins de semana a afluência ao Parque é enorme. Assim, sugiro para quem gosta de ter tudo agendado, marque o hotel com antecedência, posteriormente solicite orçamento ao hotel para a visita ao parque ou opte por marcar online (fica mais caro).

AGRA

Pela manhã era tempo de rumar à cidade de Agra. Alavanquei de Jaipur eram 8h10 e cheguei a Agra Cantt pouco passava das 12h. Novamente o comboio foi pontual.

Agra, situada no norte da India no estado de Uttar Pradesh, atravessada pelo sagrado rio Yamuna, é residência oficial do mais bonito mausoléu da terra (Taj Mahal). Mandado construir por Shah Jahan, em memória da sua esposa favorita, Mumtaz Mahal, que morreu ao dar à luz o seu 14º filho.

Da estação para o hotel, situado a cerca de 800 metros do Taj Mahal, desembolsei 150 Rupias para o Tuk-Tuk. Após o Check in na espelunca que reservei (9€ a noite), lá fui eu almoçar um “franguito” ao KFC, pois já estava a precisar de alguma proteína animal. Seguiu-se a visita ao Forte de Agra (650 Rupias), o Taj Mahal ficava para o dia seguinte, bilhete comprado online.

Se visitar o Forte de Agra no mesmo dia que visitar o Taj Mahal, o bilhete do Taj dá direito a um pequeno desconto no Forte de Agra.

Pela manhã do segundo dia, lá fui eu a pé até ao Taj, percorri as centenas de metros que me separavam do mausoléu por entre toneladas de lixo espalhadas pelas estradas. É uma imagem desoladora, nas zonas do Taj e parques adjacentes (incluindo os de estacionamento) tudo está muito bem arranjado e limpo, pomos um pé fora dessa zona, e temos um caos total: esgotos a céu aberto, ratos e vacas a comerem no lixo, crianças descalças, enfim uma imagem desoladora.

A minha hora de entrada no Taj era às 10h (sim… tem hora marcada no bilhete), acabei por passar lá cerca de 3 horas em visitas e fotografias (é expressamente proibido o uso de tripés no complexo do Taj).

Construído entre 1631 e 1648 e declarado Património da Humanidade pela Unesco em 1983, é o monumento indiano mais conhecido no mundo. O complexo é composto pelos seus belos jardins e com um imenso espelho de água, o qual reflete a beleza do mausoléu e onde todos querem tirar a foto da praxe. Shah Jahan morreu pouco depois da conclusão do Taj Mahal (1666) e foi sepultado dentro do mausoléu, ao lado da sua esposa.

Entretanto fui almoçar a um restaurante local. No final trouxeram a conta e claro está a mesma vinha com valores superiores ao que eu tinha consumido. Chamado o empregado, lá veio ele com a conversa que eram taxas governamentais. Após alguma negociação lá o convenci a reduzir as taxas 😊.

Pela tarde, fui para a zona do Parque Mehtab Bagh (250 Rp) nas traseiras do Taj, junto ao rio, local que nos permite ter outra perspectiva do Mausoléu. Paguei ida e volta 150 Rupias por um Tuk-Tuk elétrico. Normalmente os motoristas dos Tuk-Tuk, tentam enganar os turistas, dão um valor de 150 Rupias e as pessoas ficam com a ideia que é para ir e voltar. Mas quando fazemos o regresso pedem mais 150. 

Pela noite, era tempo de fazer a ligação de comboio a Varanasi. Como marquei o bilhete com pouco tempo de antecedência no Marudhar Expres, comboio turístico, este ficou em lista de espera com saída às 20h15 da estação de Agra Fort.

Contudo, como um homem prevenido vale por dois, para não correr risco de ficar apeado, comprei outro bilhete para o Kota PNBE Express, comboio dos “locais” que pára em todas as estações e apeadeiros e que saía de Agra Cantt pelas 2h27 da manhã.

Infelizmente não saí da lista de espera, ou seja, não pude ir às 20h15, e como alternativa fui então no das 2h27. Entretanto a companhia de comboios indianos devolveu-me no cartão de crédito o valor que paguei pelo bilhete do Marughar Express, menos umas taxas.

Cheguei à estação eram cerca das duas da manhã, e a mesma estava apinhada de pessoas a dormir no chão, cobertas com lençóis, incluindo a cabeça, estilo “múmia”.

Mas porquê? Com uma população de milhares de milhões, com comboios sempre atrasados e completamente cheios, existem pessoas que chegam a estar dias numa estação à espera de conseguirem adquirir um bilhete. Algumas acabam por embarcar mesmo sem bilhete.

Ao entrar na carruagem tive dificuldade em encontrar o meu lugar, existiam 4 numerações diferentes e todos os lugares estavam ocupados. Com a ajuda de um indiano lá o consegui encontrar. Acordei o penetra, que a muito custo lá saiu e logo foi deitar-se junto de outra pessoa. Claro está que o comboio estava sobrelotado! Muitas pessoas a dormir no chão, inclusive crianças de tenra idade.  

Durante a viagem, dezenas de vendedores vão passando constantemente a vender Tchai e vários tipos de comida, picante como manda a tradição.

Foi uma verdadeira odisseia…

VARANASI

A colorida cidade sagrada de Varanasi, famoso local de peregrinação Hindu, empoleirada nas margens do Rio Ganges, há mais de 5.000 anos que é o mais importante centro cultural, histórico e religioso da India. Presidido por Shiva, Varanasi é para os Hindus o que Meca é para os Muçulmanos ou Jerusalém para os Cristãos.

Estava previsto chegar a Varanasi às 15h45, em vez disso cheguei eram 23h, o comboio simplesmente tinha já um atraso superior a seis horas e o mesmo ainda ia a meio do percurso, pois o destino final era Calcutá.

Somente tive tempo de comer qualquer coisa pela estação, seguiu-se mais um regatear de preço para o Tuk-Tuk (200 Rupias) e lá fui eu em direção a uma Guest House debruçada em pleno Ganges.

Toda a zona envolvente ao rio Ganges (cerca de 500 metros) é vedada à circulação de veículos motorizados, ou seja, se ficar alojado como eu em plena zona ribeirinha, o Tuk-Tuk apenas consegue ir até um certo ponto, tendo de realizar o resto de percurso a pé ou combinar previamente com o Hotel ou Guest House para o irem buscar.  

Como a referida zona é altamente povoada, com pequenas ruas e vielas, facilmente nos perdemos se não tivermos um bom sentido de orientação, bem como alguns pontos de referência.

Lá percorri eu os últimos metros a pé, e por fim lá encontrei a Guest House. Como já passava da meia noite, pensavam que eu não ia aparecer.

Fiquei por Varanasi dois dias, no final dos quais iria seguir para Bodh Gaya.

Comecei o meu primeiro dia a passear nas margens do Ganges, assisti a centenas de peregrinos a dirigirem-se para os inúmeros Ghats (escadarias que dão acesso ao sagrado Ganges), para o ritual do banho e puja (oração) ao nascer do sol, de acordo com as tradições.

Acredita-se que se nos banharmos nas sagradas águas do Ganges, teremos remissão dos pecados e morrer aqui significa renascer.

Deambulei por mais umas centenas de metros e fui ao Manikarnika Ghat, um dos locais de cremação mais sagrados do rio. Prepare-se, pois o choque é brutal. Como uma linha de produção, são cremações atrás de cremações a um ritmo frenético.

Informação para os visitantes mais distraídos: é proibido tirar fotografias neste local, pois poderão ser incomodados por alguns locais com o intuito de apagar as fotografias da máquina e terem de pagar uma quantia considerável em dinheiro pela infração.

Grande parte da fachada do Ganges em Varanasi está coberta de palácios, sendo o do hotel Brijrama o mais imponente.

Ao cair da tarde fui de barco (200 Rupias por pessoa) observar novamente o ritual da cremação.

Ainda de barco, fui assistir ao maior Ganga Aarti que ocorre nos degraus do Dashashwamed Ghat. Ritual de devoção no qual é usado fogo como oferta à deusa Ganga (Maa Ganga). Como o Aarti é realizado de frente para o rio, o mesmo enche-se de peregrinos e visitantes para assistir a tremendo espetáculo. Nos meses de Maio e Junho, o Aarti assume um significado especial, pois acredita-se que nessa data a deusa Ganga tenha descido do céu à terra para purificação dos pecados.

Após jantar e de regresso à Guest House, pelo caminho são inúmeras as pessoas doentes e de idade avançada que se amontoam nos passeios, onde aguardam dia e hora para morrer.

Pela manhã do segundo dia, assisti ao nascer do sol na zona do Assi Ghat, e uma vez mais comtemplei toda aquela azafama nos degraus do rio. Barnasangam e Panchganga são outros dos locais especiais no rio.       

Ao início da tarde era tempo de voltar à estrada desta vez para rumar mais a nascente, mais propriamente a Bodh Gaya. Temos duas opções para realizar o percurso: de comboio ou alugando um transfere, optei pelo último. Como alguns turistas que estavam alojados na minha Guest House pretendiam ir para Bodh Gaya, desisti do bilhete de comboio que já tinha comprado e entrei no grupo para esta nova aventura. Sim, porque fazer 250km pelas estradas indianas é uma verdadeira loucura. Alugamos uma carrinha para 9 pessoas (eramos 8) e saiu 10€ a cada um já com uma boa gorjeta para o motorista.

No caso de optarem por ir de comboio, Varanasi – Gaya, são 4 horas de viagem e existem vários comboios por dia.

BODH GAYA

Cheguei a Bodh Gaya já o sol se tinha escondido há algum tempo. Fiquei alojado nas imediações do Mahabodhi Temple.

Local religioso e de peregrinação, onde Gautama Buda atingiu a iluminação, Bodh Gaya, é o local mais importante para a religião Budista na India.

Pela manhã visitei o templo (património mundial da Unesco) e todo o complexo envolvente (Mosteiros e Templos). Entrada grátis, somente temos de pagar para poder filmar ou tirar fotografias.

Pela noite apanhei o comboio com destino a Calcutá. Saí da estação Gaya Junction às 22h10 e chega às 6h10 a Howrah Junction(Calcutá)… diziam eles…. só cheguei eram quase dez da matina. Mas ao contrário da viagem de Agra para Varanasi, desta vez tinha ar condicionado e roupa de cama para me cobrir 😊

CALCUTÁ

Início da manhã e última cidade a visitar. A estação de Howrah Jn encontra-se sobre as margens do rio Hooghly enquanto o meu hotel estava na margem, mas na oposta à da estação. Lá tive eu de atravessar o rio pela ponte Howrah e percorrer cerca de 3km até ao hotel (na zona do New Market Area). 

Comecei por explorar a cidade nas imediações do hotel, visitei o Museu Indiano, e terminei a manhã a degustar umas espetadas de frango (Tikka Kabab) em plena Park street. De tarde deambulei por alguns mercados e terminei o dia a calcorrear o Parque Maidan junto ao rio.

Acabei por me deitar mais cedo, pois regressava a Portugal ao início da manhã do dia seguinte.

A ligação do centro da cidade para o aeroporto está em fase de conclusão (nova linha de metro). Por enquanto podemos realizar o percurso das seguintes maneiras: Autocarro, demora cerca de 1h30, sai da estação Howrah ou da paragem Esplanade; Taxi, é a maneira mais fácil, demora cerca de 50 minutos e custa em média 350 Rupias.

Como andar de comboio na Índia

De todos os locais por onde andei de comboio, definitivamente que a India é local mais complicado, quer para adquirir o bilhete quer para realizar a viagem propriamente dita.  

Composições antigas, com poucas condições, sempre cheias e, acima de tudo, muito mesmo muito sujas – é o que lhe reserva a aventura pelo norte da Índia. Já o Sul tende a ser menos “sujo”.

Como em tudo na vida existe a exceção à regra: existem comboios projetados para os turistas desfrutarem da Índia como uns Marajás, como o Maharajas Express, mas com preços proibitivos para a maioria dos terráqueos.   

Assim, a melhor maneira é comprar os bilhetes e tentar desfrutar desta aventura. Mas como adquirir os bilhetes quando nenhum site internacional os vende? Eu explico:

Primeira opção, que ao início pode parecer fácil, mas que logo se torna numa verdadeira dor de cabeça, aceda ao site da Indian Railways e proceda ao respetivo registo e posteriormente adquira os bilhetes pretendidos.

Os problemas começam logo ao realizar o seu registo no site, tem que passar por várias fases, enviar dados do seu passaporte, ter número de telefone indiano, enviar-lhes emails … etc … mas após varias tentativas e vários dias de espera, pode continuar sem conseguir … experimente …. Boa sorte!

Se tiver conseguido, está de parabéns, é um dos afortunados. Chamo ainda a sua atenção para o facto de que somente pode comprar seis destinos por mês, ou seja só pode comprar bilhetes para seis ligações de comboio.

Outra opção são os postos de atendimento para turistas (na estação) que existem na maioria das cidades, como é o caso de Delhi, Mumbai, Jaipur, Varanasi, Agra entre outras. Nestes postos de atendimento pode adquirir todos os bilhetes que pretende para a sua jornada pela India.

Opção mais usual, é contactar via internet uma agência indiana para lhe providenciar a compra dos seus bilhetes.

Existe ainda outra opção, mais elaborada 😊, alguns hotéis podem fazer esse serviço por si. Como a maioria dos hotéis e funcionários têm registo no irctc, podem fazer-lhe a compra dos bilhetes, ou, em último caso, enviar alguém para a estação mais próxima, com a cópia do seu passaporte para lhe adquirir os bilhetes pretendidos. Não se esqueça da gratificação no fim. 

Relembro que não existe nenhum site onde possa adquirir bilhetes de comboio para circular na Índia a não ser o irctc.co.in 

Quais bilhetes comprar? A regra é, compre sempre o bilhete mais caro para a viagem que pretende realizar.

Existem 3 classes de comboios: AC a mais dispendiosa, segue-se a 1ª Classe também com ar condicionado (pode ou não funcionar), e finalmente a 2ª Classe. Estas classes ainda se dividem em mais subclasses. Poderia estar aqui a relatar sobre todas elas, mas o que devem reter é o seguinte:

– Os preços para os turistas são os mesmos que para os locais. Assim sendo, o que para a maioria dos Indianos é uma fortuna, para nós não passam de meia dúzia de trocos.

– Se acha que deve comprar bilhetes mais baratos, opte nas viagens diurnas e de pequena duração, comprar as classes económicas e assim sentir a experiência do que é andar de comboio na índia. Já nas viagens mais longas e principalmente se forem noturnas, compre os bilhetes mais caros.

Informações adicionais

– Turistas que adquiram os bilhetes de entrada em museus e monumentos, com cartão de crédito, normalmente o preço é mais económico do que se for pago a dinheiro. Também existem quase sempre duas filas para comprar bilhete, uma para os locais e outra para os turistas.

– Tenha em atenção os seus pertences, em zonas de muita gente mantenha os seus valores bem resguardados.

– Não se esqueça de regatear os preços

– Conduz-se pela esquerda.

– É necessário visto de entrada. Pode solicitar o e-visa online.

Existem vários tipos de visto, sendo o mais comum, entre os turistas, o de 30 dias com dupla entrada no território. Preço 80$.

– Máximo de levantamento em ATM, 10.000 Rp. O banco CBI (Central Bank of India) não cobra taxa de levantamento. 

– C, D, M , tomadas 230V.

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