Indonésia, conhecida pelas suas praias, vulcões, selvas e dragões, estendida ao longo da linha do equador por mais de 5000km, é um verdadeiro caleidoscópio de culturas.
Viaje comigo nesta aventura pela zona menos turística da Indonésia.
JAKARTA
Capital da indonésia, cidade densamente povoada e segunda área mais populosa do mundo, depois de Tóquio. É um mix de inúmeras culturas, apelidada de “Big Durian” a fruta espinhosa de forte odor.
Aterrei no aeroporto (Soekarno-Hatta) ao início da manhã de uma segunda feira.
Antes de falar de como ir do aeroporto para o centro da cidade, vou explanar umas linhas sobre onde ficar alojado e como nos movimentarmos nesta Megacidade. O intuito é posteriormente decidires mais facilmente que transfere utilizar para chegares ao teu hotel.
Onde ficar alojado?
Apesar de existir muita oferta por toda a cidade, os “turistas” tendem a aglomerar-se por diversas circunstâncias (em função de monumentos a visitar, segurança, restaurantes, bares, animação de rua, lojas e centros comerciais) neste dois pontos: zona mais antiga da cidade, Kota Tua; e na zona do Monumento Selamat Datang.
Se optar pela zona antiga, escolha hotéis na zona de Mangga Dua ou zona do Novotel.
Já na segunda opção, que a meu ver é sem dúvida o melhor local para ficar alojado, procure o seu alojamento entre a MNC Tower e o Monumento Selamat Datang, pois vai acabar por encontrar o alojamento que pretende. Ruas como Kh Wahid Hasyim ou Jaksa são o bom exemplo disso.
Como se movimentar pela cidade?
Não existe Uber, mas existe a Gojek. A vantagem desta aplicação são os preços mais acessíveis que os táxis convencionais e não é necessário associar nenhum tipo de cartão à aplicação, ou seja, é somente instalar a aplicação no telemóvel e solicitar o transporte. Quem diz o transporte diz uma panóplia de outros serviços ao nosso dispor.
Deixo-vos aqui um valor indicativo de uma viagem realizada na aplicação Gojek entre Estação Gambir (centro da cidade) e o Aeroporto, Rp 110.000 ou seja, cerca de 6€. O contrário não sei se é possível, solicitar um carro (Gojek) no aeroporto, experimente.
Agora sim…. Como ir do aeroporto até ao centro da cidade:
São 22 km até ao centro da cidade. Como o tráfego na maioria das horas é brutal, estamos a falar que pode demorar cerca de duas horas até ao centro.
Assim, nas horas de ponta, o mais prático é usar o comboio, demora até ao centro (estação BNI City – BNC) aproximadamente 40/50 minutos, a mais perto do monumento Selamat Datang. Preço Rp 70.000.
Táxi – Uma viagem até à zona do monumento Nacional / Estação Gambir, demora em média cerca de 90 minutos. O preço deverá rondar as Rp 180.000.
Como existem diversas companhias, dirija-se a um balcão para fazer o pedido do táxi. Apesar de usarem taxímetro, como somos “turistas”, o taxímetro não vai funcionar e se funcionar vai dar um valor muito superior ao real, ou mesmo se perceberem que não temos GPS connosco vão fazer um percurso maior… vão tentar por mil e uma maneiras aumentar o preço da viagem. Opte por combinar o preço previamente e não ultrapasse as Rp.200.000. Se não aceitarem continue a andar, pelo exterior do aeroporto, pois alguém vai ao seu encontro para “marralhar” um preço.
Outra opção é o Autocarro. Não é tão prático, mas funciona na perfeição. Os preços oscilam entre as Rp 40.000 até as Rp 75.000, conforme o destino final. Se pretende ir para a zona antiga da cidade, Kota Tua, utilize o autocarro para Mangga Dua. Se vai para a aérea do Monumento Selamat Datang, utilize o autocarro para Gambir.
No que toca ao SkyTrain, somente serve para ligar os terminais do aeroporto 😊
Resumindo: se vai para a zona de Kota Tua, utilize táxi ou autocarro, se for para Selamat Datang, utilize o comboio ou táxi.
Passei dois dias nesta incrível cidade, e estive alojado em ambas as zonas descritas acima.
No primeiro dia, alojado na Zona de Kota Tua também conhecida por Old Town Batavia, comecei por visitar a praça central (fatahillah) aos pés da antiga Câmara Municipal, agora convertido no Museu de História (entrada obrigatória) e Museu Wayang. Outra paragem obrigatória, é sem dúvida o Café Batavia, marco colonial onde poderá viajar no tempo enquanto desfruta de uma bebida refrescante ou mesmo de uma bela refeição.
Não deixe de ver os barcos na zona da doca (Sunda Kelapa) e cruzar a ponte Jembatan Kota Itan.
Termine o dia a contemplar o pôr-do-sol em Pantai ancol, zona animada com restaurantes e bares.
À noite, percorra a rua Jalan Raya Mangga Besar e deixe-se impressionar com a azáfama comercial, vende-se de tudo, desde cobras vivas, muita fruta Durian e até combustíveis.
Já pelo segundo dia, visitei a área mais central da cidade em torno do Monumento Nacional. Comecei por apreciar a Catedral de Jakarta, a Mesquita Istiqlal, o Palácio de Merdeka e o Museu Nacional.
À noite não deixe de dar um salto à Rua Jalan Surabaya, seja apreciador ou não de antiguidades, vai ficar fascinado com o local, mas tenha cuidado pois muitas das antiguidades que aqui se vendem são falsas 😊
1000 ILHAS (Thousand Islands)
Era tempo de mudar de ares e abalar para o Paraíso.
Constituída por centenas de ilhas, situadas a 45km a norte de Jakarta, muitas delas desabitadas, são hoje um destino turístico de eleição para quem procura um ambiente sereno e tranquilo, longe do buliço que é Jakarta. São o refúgio perfeito do barulho da cidade. Muitas ilhas são desabitadas e outras são privadas, existem ilhas para todos os gostos.
Como todas as ilhas são diferentes e únicas, com certeza que irá encontrar aquela que se encaixa no seu espírito de aventura. É um lugar fascinante para realizar mergulho ou snorkeling, não ficando nada atrás de lugares como o mar vermelho ou mesmo a grande barreira de coral.
Começam agora a surgir mais alguns resorts, mas a área continua a ter o seu “Q” de fascinante, beleza intocável, onde pescadores navegam por entre ilhas na safra piscatória e onde cada nascer e pôr-do-sol é único.
Existem várias opções e preços para quem as quer visitar: quer seja viajem organizada por um agente de viagens; quer seja contactando diretamente um hotel ou resort; ou mesmo ir como eu fui, à aventura e ver o que a sorte lhe reserva.
Feitas as introduções, é então hora de lhe contar como se vai para o Paraíso.
Como deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer, eram 6h30 e lá estava eu a chamar um Gojek, que demorou cerca de 30 minutos do centro de Jakarta até à doca, Porto de Kali Adem.
Existem dois portos marítimos onde podemos apanhar o barco para as ilhas, são eles o porto marítimo de Kali Adem, e o porto privado Marina Ancol. Não é possível adquirir bilhetes online.
No porto Marina Ancol – cais 16, saem lanchas rápidas para a maioria das ilhas (hotéis e resorts utilizam este serviço). Deve estar às 7h da manhã no local para comprar o seu bilhete e assim garantir lugar no barco para a ilha pretendida. Se já souber a data de regresso compre o bilhete no mesmo local. O regresso é realizado ao início da tarde com o horário previsto de chegada a Marina Ancol às 15h30. Os bilhetes custam em média, por percurso, Rp 180.000.
Já no porto de Kali Adem Muara Angke, as balsas lentas somente navegam para três destinos. Os barcos saem às 8h, e consoante o seu destino deverá entrar no barco correspondente. Para a Ilha de Pari o barco demora cerca de hora e meia. Para Pramuka duas horas e meia, já para Harapan/Kelapa três horas e meia.
Ticket Office Kali Adem
Harapan e Kelapa é o destino mais afastado que estes barcos navegam.
Se necessitar ir para ilhas mais afastadas deverá utilizar as lanchas rápidas.
Eu comprei bilhete no local por Rp. 62.000, para a balsa lenta com destino à ilha Harapan/Kelapa.
Cheguei ao meu destino eram 11h30. Ao desembarcar, se souber quando pretende regressar, deve comprar logo o bilhete.
Primeira coisa a tratar, onde ficar alojado. A ilha está dividida em duas partes Harapan e Kelapa, ambas unidas por uma língua de terra e ambas com a sua própria doca.
Como esta ilha não é um destino “turístico”, pois não tem praia de areia branca como a maioria, pouca gente fala inglês. Lá consegui comunicar com uma pessoa e acabei por alugar uma casota na parte norte da ilha, lado Harapan, pelo preço de Rp. 250.000, por noite. Ao negociar o preço não se esqueça de incluir na negociação toalha de banho e papel higiénico, porque aqui é tudo pago à parte.
Segunda tarefa, descobrir onde comer qualquer coisa. No cais de Harapan existem alguns “restaurantes”, se é que podemos chamar aquilo restaurantes, onde podemos petiscar alguma coisa. Com alguma dificuldade poderá sempre comunicar com os locais e solicitar refeições para os dias seguintes (peixinho na brasa ou mesmo uns chocos grelhados tudo muito fresquinho). Tem de ter em atenção que normalmente estes locais, bem como as lojinhas que existem espalhadas pela ilha, encerram pelas 18h.
Mesmo em frente ao porto, no lado norte (no meio do mar) existe um restaurante que está aberto até mais tarde (Seafood Pak Arun), ao qual poderá fazer uma visita, mas implica contratar um barco para lá chegar.
De estômago forrado, era hora de contratar um barco para os dias seguintes, para poder visitar algumas ilhas e apreciar a beleza subaquática do local.
Paguei pelo barco de pesca Rp 300.000 por dia, a começar às 8h e a terminar às 17h. Inclua na negociação os locais que pretende visitar nas redondezas e inclua também as máscaras de mergulho para fazer Snorkling (eles sabem onde estão os melhores spots para mergulho). Não pague adiantado, pague sempre no dia do passeio.
Se tentarem impingir-lhe um guia, diga que não precisa, pois escusa de gastar dinheiro, uma vez que o timoneiro do barco conhece bem a zona. Se tiver ligação à internet, ligue o GPS e assim poderá acompanhar o trajeto, e mais facilmente visualizar os locais que pretende visitar.
Não se esqueça, se não tiver cartão de dados no telefone, não vai ter acesso à internet.
Eram então 18h e tinha tudo tratado, era tempo de ir dar uma volta pela ilha.
Ilha densamente povoada, com um enorme aglomerado de casas, imensos gatos (não existem cães) e onde metade da população tem motorizada, sim leu bem, motorizadas às paletes numa ilha com de 2km de comprimento e no ponto mais largo, 300 metros de largura. É vê-los passar de um lado para o outro ao findar o dia. Presumo que seja a única maneira de descontraírem após um dia de trabalho. 😊
No dia seguinte, após pequeno almoço no restaurante do dia anterior, lá comecei o passeio de barco.
Os pontos de mergulho são lindíssimos, consegue-se avistar todo o tipo de peixes incluindo tartarugas.
Acabei por almoçar numa das pequenas ilhas, arroz com uns peixinhos e uma excelente água de coco a acompanhar.
Já de regresso à base, eram seis da tarde, fui jantar o peixinho que encomendei no dia anterior: uma delícia!
No dia seguinte, repetiu-se o mesmo ritual, snorkeling, muito sol e mais passeios pelas ilhas paradisíacas.
Em resumo, para quem quer gastar pouco dinheiro, e conhecer um grande número de ilhas, esta é sem dúvida a melhor maneira. Vá de balsa lenta, escolha uma ilha, Pari, Pramuka ou Harapan/Kelapa, estabeleça base nesse local e contrate o serviço de barco entre os pescadores locais. Já se prefere boas acomodações, com restaurantes de horário alargado, viajar em lanchas rápidas, o melhor é comprar um pacote turístico. Fica aqui um contacto de uma agência local: https://nusatour.co.id/
É ainda possível acampar na maioria das ilhas. As Ilhas Dolphin, Papateo e Semak Daun são algumas das boas opções. Pode alugar o material necessário numa das ilhas principais. Não se esqueça de levar alguns mantimentos, pois nem todas as ilhas têm locais onde comprar comida.
Para regressar, optei por vir de lancha rápida para experimentar o serviço. Tive então de procurar quem na ilha fazia a reserva da lancha. Depois de muito procurar, lá contactei a pessoa responsável, que marcou o meu lugar. Hora de embarque 14h no porto de Harapan, lado norte da ilha (ao lado da minha casota).
A lancha vem sentido de norte para sul (direção Jakarta) e vai parando na maioria das ilhas, para recolher passageiros, conforme as reservas. Chegou a Marina Ancol eram cerca das 15h30.
Desembarcado, chamei um Gojek pela aplicação e lá fui eu para um hotel na minha zona de eleição, Rua Kh Wahid Hasyim. Acabei a noite a jantar uma pasta italiana.
Destaco aqui algumas ilhas
Ilha Putri, além de um resort, existe na ilha um aquário que poderá ser visitado atravessando um túnel de vidro debaixo de água. No local pode ainda realizar várias atividades como canoagem, pesca, banana boat, mergulho, snorkeling ou mesmo andar de barco com fundo de vidro.
Ilha Sepa, usada como área de treino para mergulho, inclui um resort com cabanas todos viradas para o mar.
Ilha Pari, famosa pelas bonitas praias, como a Virgin Beach, Lipi Beach, Kresek Beach e Bintang Beach.
Ilha Rambut, é o lugar perfeito para observar pássaros no seu habitat natural.
Ilha Tidung, é constituída por duas ilhas Besar e Kecil, separadas pela ponte do amor. Diz a lenda que quem cruzar a ponte terá uma história de amor duradoura. É um dos principais destinos nas mil ilhas, pois no local a oferta hoteleira é grande. Poderá ainda alugar uma bicicleta para percorrer os seus 6km de comprimento, enquanto aprecia os seus Mangais.
Ilha Pramuka, situa-se no centro da área administrativa das mil ilhas. Habitada por diferentes grupos étnicos, possui um centro de saúde, várias acomodações e restaurantes. Todo o turismo marítimo é realizado nas ilhas adjacentes. Ao lado, em Nusa Keramba, existe o centro de conservação da tartaruga-de-pente.
Ilha Ayer, famosa pelas suas casas flutuantes, esta ilha é um resort de 4 estrelas completamente equipado.
Ilha Macan, também conhecida pela ilha do tigre, é uma ilha privada que oferece aos seus visitantes um conceito de Resort Ecológico.
Ilha Kelapa e Harapan, situada mais a norte no meio do emaranhado de várias ilhas, é um dos lugares mais económicos para ter como base e poder visitar outras ilhas. Possui algum alojamento, mas em termos de restauração é praticamente nula.
Ilha Bidadari, conhecida como ilha dos anjos, é também uma das mais próximas de Jakarta, estando apenas a 35 minutos de barco da Marina Ancol. Possui um hotel com confortáveis chalés sendo alguns deles flutuantes.
Ilha Dolphin, munida de uma das praias mais bonitas, tem ainda uma língua de areia que entra pelo mar, a qual faz as delícias dos apaixonados por fotografia, não deixe de a visitar.
Informações adicionais
Moeda Local é a Rupia (IDR).
Língua oficial – Indonésio.
Não é necessário visto para estadias inferiores a 30 dias.
A religião oficial é o Islamismo (88% de Muçulmanos). Existem ainda em pequena escala o Cristianismo, Hinduísmo e Budismo.
Corrente elétrica 230V, sendo as tomadas formato C, E e F (igual ao português, não necessitamos de adaptador).
Na maioria dos restaurantes, à conta é acrescida uma taxa de serviço que ronda entre os 5% e os 10%, mais uma taxa de 10%, similar ao nosso IVA.
Internet, é aconselhável comprar um cartão de dados local, pois nas 1.000 ilhas dificilmente consegue aceder à internet.
2 comentários
Pulau tidung memang mempesona. Coba kunjungi Pulau Karimun Jawa yang tidak kalah cantiknya…
Terima kasih. Gabungan. Lain kali saya mengunjungi Pulau Karimun